Muitas pessoas estão adquirindo hábitos novos durante a quarentena imposta pelo novo coronavírus, em vigor desde o dia 24 de março. Academia em casa, meditação, cursos on-line e dar novos rumos aos negócios são algumas práticas que, mesmo com a flexibilização, devem continuar.

Exemplo disso, é a moradora do bairro Camilópolis, em Santo André, Antônia Peralta, 57 anos, que iniciou pós-graduação de constelação familiar, método de terapia que consiste em estudar as relações entre cada integrante da família. O curso, que era presencial antes da pandemia, precisou ser adaptado e hoje acontece de forma remota. Segundo a aposentada, as aulas por meio do computador são realizadas em um fim de semana por mês, mas a adaptação foi positiva.

“Aulas presenciais têm seus pontos positivos, mas, em casa, consigo acompanhar minha pós e também outros cursos e treinamentos on-line, uma coisa que eu não conseguiria fazer antes. É prático e, além disso, em nossos treinamentos conhecemos pessoas pelo mundo todo, com outras técnicas e práticas”, destaca. Antônia se forma em outubro deste ano e, junto aos colegas de sala, montaram um projeto social, também on-line, para atendimento. “Foi algo que eu iniciei para me ocupar e me auto conhecer, mas virou uma profissão, impulsionada pela pandemia”, comenta.

Já a empresária Fernanda Benites, 20, antes da quarentena treinava de quarto a seis vezes por semana em academia. Com o fechamento destes espaços, iniciou as atividades em casa. “Eu senti falta de fazer (exercícios) mesmo, por questão de saúde e porque gosto. Por conhecer bem esta questão de exercícios, pensava em até trabalhar na área e consigo ver que as aulas (pela internet) são ótimas e os resultados podem ser até melhores do que na academia, dependendo da dedicação”, ressalta.

Fernanda treina de 40 minutos a uma hora, de três a cinco vezes na semana e, por enquanto, não pensa em retornar para academia, que, na região, estão abertas em Santo André, São Bernardo e Diadema por causa da flexibilização da quarentena. “Não penso em voltar pelo menos até o meio do ano que vem. Paguei plataforma muito mais em conta que a academia e que também oferece aulas diferentes. Tenho dois acessórios que comprei e utilizo nas aulas, que são os elásticos de força e o colchonete”, finaliza.

NO RAMO DOS NEGÓCIOS
Pessoas que apostaram em novas ideias e investiram no delivery também prometem continuar com esta prática pós-pandemia. A empresária Fernanda Fraga, 20, e o marido, o também empresário, Felipe Fraga, 24, criaram, no início de março, a hamburgueria Fragas Burger. “Íamos fazer nossa festa de casamento e ir morar na Austrália, mas os planos foram cancelados pela pandemia. Vimos como oportunidade abrir nosso negócio, já que estávamos de “mãos abanando”, destaca Fernanda.

O casal foi desligado das empresas nas quais trabalhavam por causa da viagem ao Exterior. “Vimos ainda que a maioria das pessoas ainda não está disposta a irem até um restaurante, não se sente segura, e alguns até estão aprendendo a curtir o ambiente de casa”, ressalta Fernanda.

No ramo de confeitaria, a empresária Rayra Duran, 25, resolveu aproveitar o tempo e acrescentar novos produtos em sua loja, a Confeitaria Doces Momentos. “Foi criada linha de bolos caseiros. Abri bastante o leque de sabores para expandir meus atendimentos. Também criei a linha de cestas para presentes, para épocas sazonais no ano. Além dos lanches de metro e caldos”, destaca Rayra. A ideia da empresária é continuar com os produtos mesmo com a flexibilização. “Passei a ver e atender outros tipos de necessidades que meus clientes têm. Aprendi sabores, gostos e preferências novas.”