Empresa assumiu abastecimento na cidade e prevê investir R$ 219 milhões em 40 anos
Três dias depois de ser alvo da operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) por suspeita de superfaturamento na construção de hospital de campanha, o prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), participou normalmente ontem do início das obras da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), que assumiu a distribuição de água na cidade. A estatal promete reduzir em 35% o índice de perda de água na cidade até 2022. Atualmente, o índice é de 49%, um dos maiores do Estado.
Segundo o superintendente regional da área Sul da Sabesp, Roberval Tavares de Souza, conjunto de obras e troca de redes deve levar a marca para 35% em dois anos. “A Sabesp vem para atuar em Mauá com base em três pilares: melhorar o abastecimento, regularização de ligações e redução de perdas”, destacou.
Souza detalhou que em conjunto com a equipe da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá), empresa que até então era responsável pelo abastecimento de água, a Sabesp vai realizar monitorias em todas as adutoras da cidade, a fim de fazer série de ações preventivas para identificar pontos de vazamento e melhorar a operação da cidade em um prazo de 90 dias.
A empresa iniciou ontem a primeira intervenção, com a implantação de 500 metros de rede, interligando o bairro Vila Nova Mauá ao setor de abastecimento São Pedro. De acordo com Souza, a obra vai possibilitar o aumento na vazão de água, melhorando a qualidade do abastecimento na região. “Com mais água aqui, também haverá mais água em outros bairros e toda a cidade se beneficia”, completou. As intervenções impactam, diretamente, 6.600 moradores. Em cerca de 15 dias, serão realizadas obras nos bairros Sonia e Silvia Maria, a segunda intervenção da empresa na cidade.
A Sabesp e a Sama terão 60 dias de atuação conjunta até que a Sabesp assuma também a parte comercial e passe a emitir as faturas de pagamento. O contrato prevê que não haverá alteração na tarifa este ano e que em 2021 o valor da água será equiparado ao que é cobrado em São Paulo, Santo André e Ribeirão Pires. Também em 2021 entrará em vigor a tarifa social, com cobrança mais baixa para a população de baixa renda. Atualmente, existe uma tarifa diferenciada apenas para a água, não incidindo sobre a cobrança de esgoto.
O prefeito Atila Jacomussi afirmou que o início das obras é uma data histórica para a cidade. “A população espera por isso há 30 anos”, destacou. Atila pediu que a Sabesp realize estudos para melhorar, logo nos primeiros dias, o abastecimento em regiões onde, atualmente, a falta de água é crítica, como o Jardim Alto da Boa Vista e o Parque das Alianças. “Trocamos quase R$ 3 bilhões de dívidas por R$ 319 milhões de investimentos. A cidade, a partir do verão de 2021, já vai ser bem diferente, com água na torneira da população”, celebrou o prefeito.
A expectativa da Sabesp é a de que em 90 dias o fluxo de água para a cidade passe de 1.000 litros por segundo para 1.125. “Gradualmente vamos melhorando o abastecimento em todas as regiões, aumentando o número de ligações, combatendo as ligações clandestinas e as perdas para termos um verão bem diferente dos anteriores”, declarou o superintendente.
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