Setecidades Titulo Desaparecimento de menina
Polícia reabre caso e busca testemunhas

Autoridades esperam obter informações sobre caso ocorrido em 2006, em Santo André

Matheus Angioleto
Especial para o Diário
03/11/2017 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


 O desaparecimento de Amanda Oliveira Mendes, aos 8 anos, em uma tarde de domingo no Jardim Santo André, em Santo André, ainda causa dores e traumatiza a família, que mora no bairro Recreio da Borda do Campo. O caso noticiado recentemente pelo Diário teve o inquérito reaberto. Após 11 anos, o objetivo traçado pela Polícia Civil é encontrar novas testemunhas que possam contribuir para se saber o que aconteceu com a menina.

Embora as investigações sobre o desaparecimento de Amanda tivessem sido arquivadas dois anos depois do seu desaparecimento por falta de provas, o pai, Clodoaldo Antônio Mendes, 47, nunca desistiu de buscar respostas para o sumiço da filha. A insistência levou, inclusive, à reabertura do inquérito. Novas testemunhas foram notificadas e devem prestar depoimento em breve.

Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública) do Estado, não houve morosidade nos trabalhos da Polícia Civil, ponto criticado pelo pai. As investigações, ao longo dos anos, contaram com coleta de depoimentos de familiares e testemunhas. Ao todo, foram ouvidas 47 pessoas, que contribuíram para criação de retrato falado de suposto envolvido no desaparecimento. Há, também, simulação fotográfica de Amanda, hoje com 19 anos, para auxílio nas buscas.

Mendes contou que na terça-feira foi chamado pelo delegado responsável pelo setor de homicídios da Delegacia Seccional de Polícia de Santo André, onde foi informado de que o caso será investigado novamente. O alívio ao receber a notícia ajudou a amenizar a tensão vivida nos últimos dias por conta do nervosismo. “Graças a Deus as partes me ajudaram e estou feliz porque a polícia está fazendo a parte dela e encaminhando o caso. O delegado prometeu me dar uma resposta, que pode ser boa ou ruim, mas que vai vir”, diz o pai, esperançoso.

A notícia dada aos filhos Guilherme, 23, e Esther, 14, causou alívio aos jovens, que convivem com os reflexos do desaparecimento. “Meus meninos ficaram felizes porque o sofrimento afeta a família inteira. Vou continuar insistindo porque quero uma resposta, e creio que vai dar tudo certo. Não tenho mais nada dela, só uma Bíblia”, afirma o pai.

A família da menina planeja processar o Estado. O advogado de Clodoaldo Mendes elabora ação que busca reparação de perdas e danos. A expectativa é finalizar o documento nos próximos dias. A decisão foi tomada devido à responsabilidade pela Segurança ser do Estado e também pelo fato de o pai considerar que houve morosidade por parte da polícia para o início das buscas, após o comunicado do desaparecimento.

O retrospecto do caso, no entanto, não é tão promissor. A investigação iniciada logo após registro de boletim de ocorrência foi arquivada em 2008, após solicitação do Ministério Público do Estado, mediante falta de indícios para instauração de ação penal. O inquérito foi relatado novamente em abril de 2016, sem novos elementos que contribuíssem para esclarecer o caso.

 

 




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