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Mutirão constrói casas no Cata Preta

Voluntários e comunidade se unem para erguer oito moradias

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
10/12/2011 | 07:00
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Oito famílias do Núcleo Cata Preta, em Santo André, uma das áreas mais carentes da cidade, ganharão lar graças ao trabalho de 90 voluntários neste fim de semana. Esta é a segunda ação da ONG chilena Um Teto para Meu País no local e, desta vez, além dos universitários, grupos de pessoas ajudarão os moradores a erguer suas casas pré-fabricadas - em madeira -, que custam R$ 3.500.

Serão seis novas moradias, além de duas reconstruídas após terem pegado fogo no fim de novembro. Segundo o diretor social da ONG, Ricardo Montero, as famílias são escolhidas com auxílio da Prefeitura, sendo levada em conta a situação das casas. "É uma resposta emergencial para condições ruins em que vivem muitas pessoas na América Latina. Não é uma residência definitiva, mas pode durar até cinco anos", destaca.

Desde que atua no Brasil, há cinco anos, a entidade já construiu 930 casas, sendo 19 no Núcleo Cata Preta, em abril. As moradias de 18 metros quadrados são feitas com compensado de madeira e telhas tipo brasilit.

Geralmente, a construção é responsabilidade de estudantes universitários mediante dinheiro doado por empresas parceiras. No entanto, nesta iniciativa, famílias voluntárias arrecadaram a quantia da casa e trabalharão junto com os estudantes na construção dos imóveis. Já os beneficiados pagam R$ 150 para ter o novo lar.

"No primeiro dia a gente faz a fundação da casa e o piso de madeira; no segundo montamos as paredes e o telhado", explica um dos voluntários e responsável pela organização do projeto, Gabriel Penha. O estudante de Engenharia Civil decidiu doar seu tempo e disposição para ajudar ao próximo há dois anos.

"Começou como curiosidade, ao ver um cartaz na faculdade, mas quando vi a casa pronta me apaixonei e desde então participo sempre", revela. Durante o fim de semana de trabalho, os voluntários se alojam em escola cedida pela Prefeitura e recebem refeições da comunidade. Os trabalhos começam por volta das 7h de hoje e só terminam às 19h30 de amanhã.

Esta é a primeira etapa de projeto, que prevê ainda capacitação profissional, assistência jurídica, educacional, de Saúde e de microcrédito às famílias. A expectativa é de que esta segunda fase tenha início no próximo ano.

Novo teto traz tranquilidade a moradora

Com pulos de alegria. Foi assim que a dona de casa Daniela Alana, 21 anos, recebeu a notícia de que terá novo teto a partir de amanhã. "Faz três anos que consegui comprar esse barraco aqui, mas as condições são péssimas. Tanto que precisei mudar meu quarto de lugar por causa do chão cedendo e agora estamos só com um cômodo", comenta sobre o local onde vive com o marido e os dois filhos, de 1 ano e 6 meses e 3 anos.

Para ser beneficiada, Daniela precisou contar com a sorte, já que a vaga só surgiu quando um dos moradores desistiu. "Vou pagar R$ 50 de entrada e parcelar o restante (R$ 100) em duas vezes. Estou muito feliz porque as casinhas ficam lindas, além de seguras", comemora.

Apesar da certeza de que as dificuldades permanecerão, já que tanto a água quanto a energia elétrica são resultado de ligações clandestinas, as condições de vida tendem a melhorar, acredita a dona de casa. "Vou continuar a acordar às 5h para buscar água nos vizinhos, mas agora contente, porque terei uma casa arrumadinha e sem risco de desabar", diz.




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