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Piscinões da região falham na enchente
Camila Galvez
Maíra Sanches
Renan Fonseca
20/01/2011 | 07:27
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O Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) gastou R$ 8,3 milhões na limpeza dos 19 piscinões da região em 2010. A temporada de chuvas começou e o que se vê nas ruas é lama e lixo que, segundo especialistas, podem diminuir em até 30% a capacidade dos reservatórios. Anteontem, três transbordaram.

No Jardim Sonia Maria, em Mauá, o aposentado Fernando Lazaro Rodrigues, 56 anos, teve parte da residência derrubada pela força da água que transbordou do piscinão, que comporta 120 mil metros cúbicos. "A gente só pode ficar de braços cruzados e torcer para não chover", falou.

No Jardim Zaíra, o reservatório Corumbé, que comporta 105 mil metros cúbicos, não suportou a quantidade de água e extravasou. Quem mora vizinho ao piscinão perdeu praticamente tudo. "Quando cheguei em casa, estava tudo debaixo d'água. Até o berço da minha neta estragou", contou o carteiro Edivaldo Gerônimo de Brito, 56.

Vizinhos do piscinão da Vila Rosa, em São Bernardo, também sofreram com o transbordamento do reservatório, que comporta até 113,5 mil metros cúbicos. Em frente ao local, na Avenida Humberto Castelo Branco, comerciantes demonstravam espanto com as enxurradas que varreram as vias. "O temporal foi fora do normal. O piscinão só resolve quando chove pouco. Mesmo assim, estamos com muito medo que aconteça novamente", comentou a dona de bar Elenilda Ferreira, 30.

LIMITE
Nos últimos três anos, o Estado investiu R$ 24,4 milhões no trabalho de limpeza dos piscinões. Mesmo assim, os reservatórios continuam transbordando. Alguns ficaram próximos do limite anteontem, tais como o Paulicéia, em São Bernardo, e o Oratório, em Santo André. No Canarinhos, também em São Bernardo, havia muito lixo acumulado ontem.

O piscinão deve ser capaz de dar vazão à água assim que para de chover, conforme o engenheiro civil da FEI (Fundação Educacional Inaciana) Jorge Giroldo. Mas se os rios estiverem cheios, cria-se um problema. "Todo rio tem um limite. Se ele é ultrapassado, há transbordamento e, consequentemente, o piscinão não bombeia a água e também pode transbordar", explicou.

Se houver lixo e lama, a situação se complica. "Os piscinões sujos operam com capacidade de cerca de 70%. Se em sete anos os reservatórios não recebem limpeza, esgotam totalmente", afirmou.

Conforme o Daee, a limpeza dos piscinões será retomada após a secagem da areia e do lixo depositados no fundo dos reservatórios, a fim de permitir a entrada das máquinas utilizadas no serviço.




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