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Centro de tratamento de urticária recebe certificação internacional

Título de excelência foi concedido para ambulatório da FMABC

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
16/07/2016 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


Ambulatório da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), em Santo André, recebeu certificação internacional como centro de referência e excelência no tratamento da urticária, doença de pele que vai afetar pelo menos 20% da população em algum momento da vida, conforme estimativas. Junto aos ambulatórios da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, no Rio de Janeiro, o da região faz parte dos primeiros da América Latina a serem certificados.

O título foi concedido pela rede GA2LEN (sigla em inglês para Rede Europeia Global de Alergia e Asma, em tradução livre), que reúne os principais serviços clínicos europeus e instituições de pesquisas na área de alergologia e asma, em associação com a EAAC (Academia Europeia de Alergia e Imunologia Clínica). Atualmente, o centro acompanha 360 pacientes e atende em torno de dez a 15 pessoas por semana.

A alergista e coordenadora do ambulatório de Urticária e Alergia a Drogas da disciplina de Dermatologia da FMABC, Roberta Jardim Criado, que está desde o início do funcionamento do ambulatório, em 2007, foi quem candidatou o equipamento para avaliação internacional. “Para receber a certificação, é preciso cumprir 32 critérios que analisam infraestrutura, atendimento, atividades científicas realizadas no centro para os médicos e a comunidade, entre outros pontos. A avaliação foi feita pessoalmente por médico que é referência internacional em urticária, o doutor Torsten Zuberbier, e ele ficou muito impressionado conosco”, conta Roberta.

A especialista ressalta que a certificação traz não só visibilidade à FMABC e à doença ainda pouco conhecida como também vantagens aos pacientes. “Se a pessoa vai a um centro que tem essa qualificação, a doença será muito mais bem tratada, é uma vantagem excepcional para o paciente, ainda mais em uma patologia que se conhece muito pouco, inclusive na classe médica”, salienta.

DIAGNÓSTICO

A urticária causa coceira e ‘empolamento’ na pele, que desaparece geralmente em 24 horas, sem deixar marcas, e volta repentinamente, podendo sumir em poucas semanas ou levar anos para isso. Nesse último, as urticárias crônicas, não há causa específica e, em cerca de 93% dos pacientes, são espontâneas, ou seja, acontecem sem que se encontre qualquer fator externo desencadeante, dificultando o diagnóstico e tratamento.

A designer Valéria Rezende, 23 anos, que faz tratamento no ambulatório da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), teve a primeira crise de urticária aos 11, mas só aos 20 recebeu o diagnóstico de urticária crônica espontânea. “Achavam que era reação alérgica, sempre relacionada a algo que eu tinha comido. Fiz dietas alimentares, diário anotando tudo o que ingeria e nada adiantava”, lembra.

Há casos em que a urticária ocasiona inchaço nas pálpebras, lábios e, embora pouco comum, pode causar edema de glote, promovendo o bloqueio das vias aéreas.

O tratamento é feito à base de antialérgicos e outros medicamentos, como os imunobiológicos. Valéria gasta, em média, R$ 300 por mês, para o controle da urticária. “A doença impacta o emocional, mexe muito com a autoestima”, fala a jovem, que criou no Youtube o canal 3.000 Dias para disseminar o assunto e ajudar quem passa pelo problema. 




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