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Grande ABC simula acidente com vítimas

Ao todo, 300 funcionários integraram ação, que envolveu atendimento a 40 feridos fictícios

Renato Cunha
Especial para o Diário
26/09/2014 | 07:04
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Denis Maciel/DGABC


A Avenida dos Estados, na divisa de Santo André com Mauá, foi palco ontem da primeira simulação de acidente grave envolvendo veículos com produtos inflamáveis e corrosivos. A iniciativa foi feita por meio de parceria entre as prefeituras das sete cidades, juntamente com o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), o 8° Grupamento do Corpo de Bombeiros do Grande ABC, Polícia Científica, a empresa de Segurança Suatrans Cotec, além de outros órgãos do município de Santo André.

A ação envolveu, ao todo, 300 profissionais da área da Saúde e resgate, divididos em seis equipes do Corpo de Bombeiros, 45 ambulâncias do Samu e também de hospitais particulares e públicos, um helicóptero para transporte de vítimas graves, caminhão de remoção de produtos perigosos, caminhão antibomba do Corpo de Bombeiros, Posto de Comando para gerenciamento das equipes, além de 40 vítimas, que estavam divididas em quatro veículos: uma carreta com resíduos inflamáveis, um caminhão com produtos corrosivos, um ônibus e um carro de passeio.

No decorrer da ação, um representante dos bombeiros explicava como era feito o socorro às vítimas. A primeira unidade a entrar em ação foi o caminhão de produtos perigosos, que mede os riscos de contaminação por químicos. Logo em seguida, o batalhão antibomba dos bombeiros, responsável por identificar e prevenir explosões. Só então começa o resgate das vítimas, que foram divididas em três categorias: verdes (pessoas que conseguiram sair andando do acidente), amarelas (aquelas em estado grave que requerem cuidados médicos) e vermelhas (em estado muito grave, que precisam de atendimento e remoção com urgência).

A prioridade foi para os passageiros do ônibus. As equipes de resgate fizeram os primeiros socorros dentro do veículo. Simultaneamente, as vítimas que sofreram exposição aos produtos tóxicos foram descontaminadas e encaminhadas para as ambulâncias. Os bombeiros usaram equipamento especial para cortar o carro de passeio e retirar vítimas presas nas ferragens, enquanto pousava o helicóptero de apoio. Os acidentados foram levados para hospitais da região como parte da simulação.

“O maior objetivo desse trabalho é treinar as equipes para que, em caso de acidentes reais, estejam preparadas”, explica o coordenador geral do Samu de Santo André, Evandro José Gonçalves.

O coordenador de enfermagem do Samu de Santo André, Flávio Ayres, comentou que a simulação deve chegar o mais próximo da realidade. “O lugar escolhido foi proposital, já que usamos produtos utilizados na Petroquímica.”

Autoridades do Grande ABC também estavam presentes no local. “O Brasil não tem tradição em realizar ações desse tipo. Outros países realizam simulações como procedimento de rotina. A integração entre equipes de órgãos distintos é fundamental para o atendimento em situações como essa”, declara o secretário da Saúde de Santo André, Homero Nepomuceno Duarte. Ainda segundo ele, toda cidade é obrigada a realizar esse procedimento pelo menos uma vez por ano.

O prefeito de Santo André, Carlos Grana, parabenizou o trabalho das equipes mobilizadas. “Na minha opinião, mesmo antes de ver as planilhas, foi um sucesso. Tem que ser como um time de futebol, é preciso treinar para estar preparado para o jogo.”

Anônimos também acompanharam os trabalhos. “A segurança vem em primeiro lugar. A prevenção de acidentes é muito importante”, comenta o aposentado Amaro José de Araújo, 77 anos, morador do Jardim Alzira Franco.

A operação levou oito meses para ser planejada e durou uma hora e meia. Foram atendidas 20 vítimas verdes, 11 amarelas, sete vermelhas e constatados dois ‘óbitos’. As planilhas com resultados da simulação serão avaliados para corrigir possíveis falhas e também para detectar os acertos, já visando a ação do ano que vem.




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