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Faltas em consultas médicas e exames chegam a 51% na rede de Santo André

Situação preocupa, já que agenda está espaçada para evitar aglomeração

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
06/08/2020 | 23:30
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Marcelo Seabra/Agência Pará/Fotos Públicas


As prefeituras do Grande ABC retomaram gradativamente o atendimento de consultas e procedimentos eletivos na rede, que haviam sido desmarcados com a pandemia. Desde maio, as sete cidades reoganizaram as agendas e prepararam ambientes para que os pacientes pudessem voltar a cuidar de outras doenças de forma segura, minimizando a possibilidade de contágio pela Covid-19. A retomada, porém, acendeu a luz para outro problema: as faltas.

Em Santo André, no período da pandemia o absenteísmo nas consultas e exames é de 51%, número mais alto do que o registrado em São Bernardo (40%) e São Caetano (30%) – as demais prefeituras não informaram. Especialistas destacam que o não comparecimento aos agendamentos está ligado, sobretudo, à insegurança de frequentar ambientes de saúde, já que os índices de contaminação pelo novo coronavírus permanecem altos. O cenário não é observado somente na região, como em todo o Estado, inclusive em consultórios da rede particular.

Infectologista e professor da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Munir Akar Ayub explica que, embora a pandemia ainda esteja instalada, é importante retomar consultas e procedimentos. “Nestes quatro meses de isolamento as pessoas deixaram de procurar os consultórios médicos. O problema é que por causa disso, doenças não diagnosticadas, como, por exemplo, um tumor ou diabete, e até mesmo casos que não foram controlados, como quadros de pessoa hipertensa ou cardiopata, geram consequência para a saúde deste paciente e isso pode ser ainda pior do que o coronavírus”, avaliou o médico.

Ayub reforça que se a população, médicos e serviços tomarem os cuidados necessários, como o uso de máscaras, álcool gel e evitar aglomerações, não há por que não manter a rotina de consultas. “Estamos observando até queda de vacinação em crianças, o que faz com que doenças que já haviam quase desaparecido retornem, como foi o caso do sarampo”, frisou o infectologista, pontuando que as faltas dificultam bastante. “As pessoas marcam as consultas e não aparecem, até em serviços particulares. No serviço público, o problema é que as faltas tornam as filas reprimidas cada vez maiores e há aqueles pacientes que realmente têm de passar por atendimento e acabam perdendo o horário por uma pessoa que não foi.”

Secretária de Saúde de São Caetano, Regina Maura Zetone explicou que, no município são-caetanense, as pessoas que faltarem no horário agendado são colocadas no fim da fila. “Quando há uma falta, a própria pessoa busca remarcar o atendimento e, normalmente, não entra no fim da fila. Agora vamos ter redução no número da oferta de consultas e exames por causa do espaçamento de horários devido à pandemia e vamos ter de racionalizar o atendimento”, disse Regina, que explicou que não se trata de punição, é forma de fluir a fila e atender mais rápido aqueles que estejam esperando. “As pessoas que estão na fila precisam ser atendidas e estamos priorizando necessidades e urgência. Entendemos que a pessoa que falta não tinha tanta prioridade”, sintetizou Regina Maura.

ORIENTAÇÕES

As sete prefeituras reforçam que a população deve desmarcar as consultas com pelo menos um dia de antecedência. Os atendimentos estão seguindo as normas de segurança orientadas pelo Ministério da Saúde, dessa forma, exames, consultas e procedimentos estão sendo agendados com mais espaçamento de horário, de forma a evitar aglomerações.




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