Setecidades Titulo 'Ladrão e vacilão'
Defensoria recorre contra condenação de jovem que teve a testa tatuada

Defensor pede que Ruan Rocha da Silva seja absolvido ou condenado por furto e não por roubo

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
12/09/2019 | 18:13
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Divulgação/GCM


 A Defensoria Pública do Estado de São Paulo recorreu da decisão que condenou o jovem Ruan Rocha da Silva, 18 anos, que teve a testa tatuada com a frase ‘eu sou ladrão e vacilão’, em junho de 2017, a quatro anos e oito meses de prisão em regime semiaberto por roubo. A sentença foi assinada pela juíza da 1ª Vara Criminal de São Bernardo, Sandra Regime Nostre Marques. Em 14 de fevereiro deste ano, Silva foi detido pela GCM (Guarda Civil Municipal) após furtar um celular, uma blusa de moletom e R$ 20,30 de funcionários da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Silvina.

No recurso apresentado, o 8º defensor público de São Bernardo, Daniel Bidoia Junior, pede que Silva seja absolvido ou, caso sua condenação seja mantida, que seja por furto e não por roubo. A mudança na sentença poderia diminuir a sua pena, já que a previsão de punição por crimes de furto é de um a quatro anos. O defensor argumenta que não houve uso de força nem ameaça às vítimas.

O advogado e conselheiro do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana) Ariel de Castro Alves, que acompanhou o caso de Silva em 2017, avaliou que a Justiça de São Bernardo falhou em não observar que o rapaz é dependente de drogas e precisa de tratamento, e como um doente, comete crimes por causa da dependência. "É lamentável o ciclo que ele vive, de dependência de drogas, envolvimento com pequenos crimes e falta de respaldo familiar", afirmou. "No sistema prisional ele não vai se recuperar, muito pelo contrário", completou.

Segundo Alves, os recursos de apelação ao TJ (Tribunal de Justiça) demoram de quatro meses a um ano para serem julgados, já considerando a prioridade para os réus que estão presos, como é o caso de Silva.




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