Eram por volta das 10h, e J. estava acompanhado por um primo, de 14 anos. Os dois estavam parados, em pé, em uma viela que dá acesso à antiga favela da Pedreirinha, às margens da rua América do Norte. Segundo parentes, eles iriam visitar outro primo, que mora poucos metros adiante, na própria passagem, quando perceberam a aproximação dos policiais. A partir disso, a história passa a ter duas versões, uma dada pelos adolescentes e outra pelos agentes.
Segundo os policiais, os dois correram para dentro de uma casa, na tentativa de escapar da prisão, mas foram pegos logo em seguida. Na fuga, Lennon atirou em meio a um amontoado de lixo uma embalagem de salgadinho. Dentro do saco, os agentes disseram ter encontrado a droga, embrulhada em pedaços de folha de jornal, prontas para uma possível venda. No 2º DP (Distrito Policial) de Mauá, onde o caso foi registrado, os dois rapazes negaram a posse da droga.
De acordo com a dona de casa M.M., 43 anos, mãe de J., o filho e o primo não tentaram fugir dos policiais, conforme alegaram na delegacia os militares. Os dois permaneceram parados, enquanto os agentes iniciaram as buscas na viela. Ainda segundo a dona de casa, a droga realmente estava dentro de uma embalagem de salgadinho, mas o saquinho não estava com seu filho. Ele foi encontrado escondido embaixo de uma pedra.
Em meio a essas contradições, o primo de J. foi liberado, uma vez que disse desconhecer a origem da droga. Já o rapaz, que segundo os policiais estava com os papelotes de maconha, foi acusado formalmente por tráfico de drogas e levado para a Cadeia Pública de Ribeirão Pires, onde deverá aguardar pelos desdobramentos do processo.
Com base nas versões conflitantes, a advogada Neide Prates, que está à frente do caso, pediu o relaxamento do flagrante de J., que lhe garantiria responder ao processo em liberdade, mas teve a solicitação negada. Fazendo-se valer desse mesmo argumento, ela deverá solicitar ainda nesta sexta um pedido de habeas-corpus em benefício do rapaz.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.