Dos 34 bingos da região, pelo menos 11 decidiram não perderam tempo e reabriram nesta quinta. Voltaram a funcionar as máquinas e o bingo de cartelas. Os proprietários vararam a madrugada e o início da manhã para colocar as casas em ordem. Limpeza, ligar máquinas, compra de alimentos e convocação de ex-funcionários rechearam as agendas de compromissos. Para retomar as atividades, pelo menos metade da grade de funcionários teve de ser chamada às pressas para voltar a trabalhar.
No Grande ABC, seis bingos já estavam abertos antes da queda da MP, apoiados em liminares concedidas pela Justiça. Em Santo André, os bingos General, Santo André e Carlos Gomes; em São Bernardo, o bingo Marechal; em São Caetano, o Viscondi; e em Mauá, o Plaza.
De acordo com o escritório regional da Abrabin (Associação Brasileira dos Bingos), nesta quinta, em Santo André, foram reabertas as casas Glicério, New Bingo e Fortuna. O Dallas religou apenas os caça-níqueis e o Senador e o Carijós reabrem nesta sexta. Em São Bernardo, o Mirage abriu cedo e às 15h teve a primeira rodada do bingo de cartelas. O Bingo 2001 também teve jogo de cartelas. Os caça-níqueis já tinham sido devolvidos e ainda não foram repostos. O mesmo problema enfrenta o Bingo Vitória, que reabre nesta sexta o jogo de cartelas; as máquinas, somente na semana que vem. Em Mauá e Ribeirão Pires, os bingos ABC, Pérola e Ribeirão também funcionaram normalmente.
Repercussão – “Fomos pegos de surpresa”, disse a sócia do Bingo Carijós, Arimatéia Aparecida Veiga, que teve de correr atrás de seis funcionárias vendedoras de cartelas e de três faxineiras para poder preparar a casa para reabrir nesta sexta. Nesta quinta à tarde, o clima no bingo era de descontração. “Eu sempre disse que não perderíamos”, disse a encarregada da faxina, Sônia Aparecida Peruzo. Aos 52 anos, Sônia optou por continuar na casa, mesmo sem receber o salário, no período em que a MP vigorou. No Carijós, segundo Arimatéia, só não serão recontratados os ex-funcionários que conseguiram outro emprego durante os 75 dias de fechamento dos bingos.
No Mirage, em São Bernardo, antes mesmo das 15h o público já começava a chegar. “Bingo é minha terapia”, disse a aposentada Maria Antunes, 62 anos. “Foi uma fase difícil”, disse. Sem opção e extremamente ansiosa, Maria chegou a freqüentar casas clandestinas enquanto seu “preferido”, o Mirage, esteve de portas fechadas. “Eu estava no bingo escondidinho lá no Parque São Jorge (em Santo André) e a polícia chegou e fechou”, contou.
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