Falhas da Prefeitura de São Bernardo em conservar a desocupação de uma área de risco no Jardim Regina, região do Ferrazópolis, permitiram que famílias ocupassem novamente a localidade. As casas, de alvenaria e madeira, precisarão ser removidas, segundo a administração, para construção de um muro de arrimo.
O ambulante e cabeleireiro Lucas Antunes Moreira, 24 anos, é um dos munícipes que terão que ser desalojados. Morando com a mulher, a auxiliar Luana Dechering Souza, 26, que está grávida, e uma enteada, o jovem relatou que viu no lugar a oportunidade de ter a sua casa.

“Aqui sempre foi abandonado. Quando as outras casas foram tiradas, era tudo mato”, relembrou. Moreira que está no local há dois anos, onde também funciona uma pequena barbearia.

Para o rapaz, não há necessidade de remoção das casas, uma vez que a maior parte do esgoto que escorria pelo morro foi canalizada pelos próprios moradores. “Aqui está firme. Eles (a Prefeitura) deviam era deixar a gente terminar de construir, até nos ajudar. Ninguém perguntou se a gente está passando alguma dificuldade”, afirmou. “Trabalho aqui também, dou o sustento da minha família, a gente está mostrando para a juventude que é permitido trabalhar e empreender”, concluiu.

Presidente da Associação Comunitária do Jardim Regina, o metalúrgico aposentado Marco Antonio Bezerra relatou que há mais de quatro anos as outras residências que haviam no local foram removidas. “Quem morava ali até já está em seus apartamentos, mas o local voltou a ser ocupado”, afirmou.

Questionada, a Prefeitura de São Bernardo informou que a região do Jardim Regina, no Ferrazópolis, está sendo contemplada com obra de contenção de encostas, dentro do plano do município para redução de riscos em áreas estratégicas da cidade. “Ao todo, são 19 obras de talude, que vão beneficiar 366 famílias, por meio de um investimento de R$ 24,8 milhões”, explicou o comunicado.

Segundo a administração, a área do Jardim Regina está inclusa no plano municipal de redução de riscos em encostas elaborado pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas ), em conjunto com a Defesa Civil, por se tratar de risco grau 4 (alto). “A área de abrangência deste projeto inclui 11 invasões irregulares que estão sendo objeto de análise das equipes de atendimento social da Secretaria de Habitação”, concluiu a nota.