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Acidente em São Paulo afeta região
Adriana Ferraz
Bruno Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
02/04/2008 | 07:00
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A região de divisa entre São Caetano e a Capital foi a área mais afetada pelo trânsito causado pela interdição do viaduto Grande São Paulo na madrugada de ontem, em função de um acidente nas obras do Expresso Tiradentes. Durante a manhã, motoristas que trafegavam pela Avenida Presidente Wilson desligaram o motor dos carros por mais de uma hora. A área foi liberada por voltas das 19h.

 Nas proximidades das Juntas Provisórias, o cenário também foi de caos. Para chegar ao Grande ABC, perdia-se de três a quatro horas no trânsito. O percurso inverso foi mais tranqüilo, segundo o superintendente regional da CET, Eduardo Macabelli. A Companhia de Engenharia de Tráfego, da Capital, mobilizou 150 homens no trabalho de orientação do trânsito.

 “Não registramos índices recordes durante a manhã. Conseguimos avisar as concessionárias a tempo e organizar os desvios de maneira programada e seletiva. Moradores de São Caetano e da Vila Prudente foram os mais afetados pela proximidade com o viaduto. O tráfego nestas regiões já é bastante complicado, mesmo sem nenhum imprevisto”, disse.

 Uma peça de 64 metros, do trecho 3 do Expresso Tiradentes – que segue até a Vila Prudente –, saiu do lugar por volta da meia-noite de segunda-feira. A estrutura ‘escorregou’ sobre o muro de contenção do viaduto, desnivelando a obra como uma espécie de gangorra. Um erro de cálculo pode ter causado o acidente.

 De acordo com o diretor da SP Trans (São Paulo Transportes SA), Pedro Pereira Evangelista, um laudo técnico deve ser feito para se apurar as responsabilidades. “Por enquanto, estamos trabalhando para recolocar a estrutura no lugar, com a ajuda de dois guindastes. O maior, de 240 toneladas, ajuda a segurar a peça e o outro, de 120, coloca pesos sobre a parte mais alta para volte à posição horizontal”, explicou ontem pela manhã.

 Funcionários do Consórcio Ramal Vila Prudente, responsável pela obra do trecho, precisaram de mais de seis horas para realizar o serviço. Segundo a assessoria de imprensa, cerca de 40 blocos de concreto – com peso aproximado de 1 tonelada – foram colocados na parte alta da estrutura. O nivelamento contou, ainda, com dez mil litros de água, usados na fase final de ajuste.

 Em visita ao local, o Prefeito Gilberto Kassab (DEM) afirmou que as empreiteiras envolvidas devem sofrer punição. “Vamos aguardar a conclusão da sindicância (aberta ontem pela Secretaria de transportes Metropolitanos), mas é evidente que haverá punições cabíveis em função do contrato (R$ 93 milhões). Por enquanto, porém, não posso adiantar se serão multas”, disse.

 Alheio às questões administrativas que envolvem o acidente, o metalúrgico Luciano Jesus da Silva, 29 anos, morador de São Bernardo, enfrentou dificuldades para chegar em casa. “Sabia do bloqueio, mas não tinha opção. Vim na Mooca e estou voltando para casa. Não tem retorno. Tenho que ficar aqui, com motor desligado, esperando o trânsito andar”, contou.




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