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Maníaco do Parque confessa ter matado comerciária
Christiano Carvalho
Do Diário do Grande ABC
10/08/2001 | 00:00
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"Fui usado por uma força malígna", afirmou o motoboy Francisco de Assis Pereira, 33 anos, o Maníaco do Parque, para justificar o assassinato da comerciária Rosa Alves Neta, 21, ocorrido entre maio e junho de 1998 no parque do Estado, na divisa entre a Zona Sul de São Paulo e Diadema. O julgamento por esse crime começou nesta quinta pela manhã no 1º Tribunal do Júri de São Paulo, no Fórum Criminal Mário Guimarães, da Barra Funda, e só deve terminar nesta sexta, com os debates entre acusação e defesa.

Durante o interrogatório, que durou apenas 15 minutos, o réu respondeu às perguntas feitas pelo juiz Luis Fernando Camargo de Barros Vidal demonstrando consciência. O maníaco confessou o assassinato, cometido mediante uma gravata no pescoço de Rosa, contou que a conheceu quando era professor de patinação no Parque do Ibirapuera e a convidou para ir ao Parque do Estado, onde estaria ocorrendo um acampamento.

Francisco disse que sentia um “apetite carnal desordenado” e estava sempre possuído no momento em que atacava suas vítimas – ele é suspeito de ter assassinado pelo menos 10 mulheres, mas atualmente responde a sete processos por homicídio. “Ela (Rosa) morreu no susto. Mal relei no pescoço dela. Saí chorando, desesperado.” Segundo declarou, Francisco voltou ao local do crime dois dias depois para socorrer a vítima, achando que ela poderia estar viva, mas não encontrou o corpo.

Durante todo o dia nesta quinta, o julgamento prosseguiu com a leitura de peças processuais e a exibição de fitas de vídeo com reportagens sobre o maníaco.

No caso de Rosa, o motoboy é acusado dos crimes de homicídio triplamente qualificado e de ocultação de cadáver. Ele já foi condenado a 121 anos de prisão por furto, atentado violento ao pudor e estupro de outras nove mulheres que conseguiram sobreviver.

O laudo psiquiátrico diz que Francisco é semi-imputável, ou seja: não possui total discernimento do caráter ilícito do fato. Essa questão será melhor esclarecida nesta sexta, durante o depoimento do perito criminal Paulo Argarate Vasquez.

O promotor Edílson Mougenot Bonfim pretende provar que Francisco é uma pessoa normal, totalmente consciente dos seus atos. “No começo ele dizia que era inocente. Depois que nós fizemos todas as provas contra ele, é que ele começou a arrumar as explicações do porquê cometia os crimes”, disse o promotor, que vai pedir a pena máxima (30 anos pelo homicídio mais três anos pela ocultação de cadáver).

O promotor pediu a suspensão temporária do julgamento por não estar se sentindo bem, com pressão alta. Os trabalhos devem ser recomeçados na manhã desta sexta-feira.




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