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Joao Havelange rende US$ 800 milhoes a 25 clubes
Do Diário do Grande ABC
29/07/2000 | 14:38
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A versao 2000 do Campeonato Brasileiro começa neste sábado em com um recorde: os 25 clubes participantes receberam conjuntamente US$ 800 milhoes de empresas de marketing esportivo ou fundos de investimentos nacionais e estrangeiros. Trata-se de um número aproximado, estimado por consultorias internacionais que observam os movimentos dos investidores e as formas que eles estao buscando para ganhar dinheiro no futebol do Brasil.

O negócio futebol, que movimenta US$ 280 bilhoes no mundo, segundo dados da Fifa referentes a 1999, está chegando ao Brasil timidamente. As empresas que investem nos clubes esperam retorno em cinco anos. Pelo período de maturaçao, é possível concluir que, ao optar pelo futebol brasileiro, as empresas internacionais de marketing esportivo e fundos de investimento nacionais e estrangeiros esperam rentabilidades maiores do que as obtidas com outros ativos brasileiros de tempo semelhante de maturaçao - como títulos da dívida externa. Se aplicassem hoje nesses papéis, eles teriam ganhos de 11% ao ano, em dólar. Mas querem mais.

Esse tipo de negócio no Brasil ainda nao deslanchou pelo caos do futebol brasileiro e pelas mudanças na Lei Pelé. Cerca de 18 empresas de marketing esportivo e fundos de investimento estavam interessadas no mercado brasileiro. Nenhum clube importante tinha menos de um pretendente. ``Com as medidas provisórias (que alteraram a Lei Pelé), o capital migrou para outros lugares, e dificilmente voltará', afirma Wesley Cardia, presidente da ISL no Brasil.

O consultor Alexandre Loures, da Deloitte & Touche Tohmatsu, nao é tao definitivo, mas concorda que os investidores estrangeiros só entraram no futebol brasileiro pela existência da Lei Pelé, que dava mais transparência aos clubes. ``Agora, acredito que os que saíram vao aguardar os resultados das empresas que ficaram para decidir se voltam.'

A primeira aposta das empresas no futebol brasileiro é o licenciamento das marcas dos clubes, venda de patrocínios, cotas de TV e merchandising. A segunda fonte de renda é a exploraçao dos estádios. Wesley Cardia recorre a uma imagem para salientar a importância dos estádios para o retorno dos investimentos. ``Qual é o negócio em que o sujeito sai de casa, pega um ônibus apertado, entra no estádio se acotovelando, come um cachorro quente horroroso, toma cerveja quente e no domingo seguinte está de volta? Se esse mesmo torcedor tiver um lugar reservado, encontrar um estádio limpo e comida e bebida boa com certeza voltará feliz e trazendo mais pessoas. É aí que a gente começa a ganhar dinheiro.'




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