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Registros de H1N1 têm queda de 78% entre janeiro e maio no Grande ABC

Especialistas alertam para necessidade de vacinação e medidas preventivas, como evitar aglomerações

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
14/06/2019 | 07:00
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O número de casos confirmados de H1N1, uma das formas mais graves de gripe (também conhecida como Influenza), registrou queda nos primeiros cinco meses do ano na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo dados informados pelas prefeituras, foram 127 pessoas contaminadas em 2018 contra 27 em 2019, recuo de 78%. Não foram registrados óbitos. Longe de ser motivo de comemoração, a queda nos casos é um comportamento comum de epidemias cujos vírus se modificam rapidamente, como os da gripe, e os especialistas alertam para a necessidade de se manter a vacinação e as medidas preventivas em dia.

Afetado pela gripe, um colaborador do CLM (Centro Livre de Música) de São Bernardo, na Vila Gonçalves, que não quis se identificar, afirmou que surto da doença assustou funcionários e alunos no início do mês. Segundo o jovem, foram quatro pessoas contaminadas, e ao menos um caso de H1N1. “A Prefeitura nos orientou a tomarmos medidas de higiene, como usar álcool em gel, mas não chegaram a fechar a escola”, relatou. Em nota, a administração confirmou que, entre o dia 8 e a última segunda-feira, quatro pessoas que frequentam o CLM procuraram as unidades de saúde do município com sintomas de gripe, sendo que até o momento nenhum caso foi confirmado como o vírus Influenza.

Professor de infectologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Olavo Henrique Munhoz Leite explicou que a queda nos casos pode ser atribuída ao comportamento cíclico já esperado de epidemias como a da gripe. “Diferentemente do que ocorre com outras doenças, os vírus que causam a gripe têm grande capacidade de mudar para superar as defesas do organismo. Por isso, as vacinas são modificadas ano a ano e é importante, especialmente entre os grupos de risco, a imunização anual”, pontuou.

Assim como tem ocorrido com a cobertura de diversas vacinas, a imunização contra a gripe não atingiu a meta de cobertura de 90% do público-alvo (idosos, crianças de 6 meses até 6 anos, gestantes, puérperas – mulheres que tiveram partos há, no máximo, 45 dias –, profissionais de saúde, professores, bombeiros, policiais e pacientes com doenças específicas) em nenhuma das sete cidades. “É importante destacar que a vacinação não elimina a chance de a pessoa ter a gripe, mas reduz os casos mais graves”, pontuou Leite.

Gerente médica de vacinas de uma indústria farmacêutica, Bárbara Furtado relatou que o H1N1 responde, normalmente, por 75% dos casos de Influenza. “As unidades de saúde devem notificar qualquer quadro respiratório mais grave para que a doença possa ser rastreada”, defendeu. A prevenção passa por medidas simples: evitar locais com muitas pessoas e ambientes fechados, cobrir a boca e o nariz ao tossir e espirrar com lenço e/ou guardanapo de papel, e não compartilhar objetos pessoais. 




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