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Um raio-X da falta de manutenção do carro
Percy Faro
Especial para o Diário
01/01/2002 | 18:19
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   A correta manutenção preventiva de um automóvel é uma questão mais de comportamento cultural do que de conhecimentos técnicos que o motorista possa ter ou não.

Para cuidar do carro como se deve e como recomenda o fabricante não é preciso ser, necessariamente, um expert em mecânica – para estes casos existe o manual do proprietário que, seguido à risca, resultará em uma manutenção adequada.

Mas se a revisão deixar de acontecer por omissão consciente do motorista, vale um alerta: a manutenção corretiva – entenda-se por manutenção corretiva reparar danos que poderiam ser evitados ou minimizados com a manutenção preventiva – vai pesar no bolso do usuário. E bastante!

Celso Pellegrini, da Auto Mecânica e Retífica Pellegrini (av. Lino Jardim, 1133, fone 4990-2398, Santo André) teve em mãos este mês um caso típico de falta de manutenção preventiva. Uma picape Chevrolet S10 1996, com 101 mil quilômetros rodados, apresentava consumo exagerado de água do sistema de arrefecimento e o óleo do motor subia para o cabeçote – daí saía pelo respiro e prejudicava significativamente a alimentação de combustível.

Para complicar ainda mais, a taxa de compressão dos quatro cilindros estava praticamente no limite mínimo, o que fazia com que o motor de 2,2 litros apresentasse um desempenho baixo e negativo.

Diagnosticar passo a passo o porquê de cada problema é praticamente impossível. O certo é que uma série de fatores negativos surgiu gradativamente ao longo do tempo e, sem a devida manutenção preventiva no primeiro sintoma de cada um deles, desencadeou um processo de deterioração de peças vitais do motor que funcionam interligadas entre si.

O motor de combustão interna possui um ou vários cilindros mecanizados que trabalham dentro de uma grande peça básica, construída em ferro fundido ou liga leve, denominada bloco. No interior dos cilindros deslizam, no sentido vertical (para cima/para baixo), êmbolos de alumínio – são os pistões. Eles são unidos por meio de barras de conexão, chamadas bielas, a um mecanismo de biela-manivela, denominado virabrequim. A parte superior dos cilindros é fechada pelo cabeçote, peça robusta que contém uma câmara de explosão em cada cilindro. No interior de cada câmara de explosão encontram-se as válvulas de admissão, que permitem a passagem da mistura ar-combustível até os pistões, e as válvulas de escape, as quais liberam a saída dos gases provenientes da combustão, uma vez concluído cada ciclo do motor. A parte inferior do bloco é fechada pelo cárter.

A potência é gerada a partir da queima da mistura ar-combustível nos cilindros, cuja combustão provoca uma forte expansão dos gases que empurram os pistões para baixo. As bielas transmitem esse movimento retilíneo alternadamente ao virabrequim, o que resulta em um segundo movimento, desta vez giratório, capaz de impulsionar o veículo.

“No caso da S10 os sintomas apresentados indicavam problemas tanto na parte superior como na inferior, do cabeçote às bielas do virabrequim. A solução era abrir o motor para diagnosticar cada componente, como de fato foi feito”, explica Pellegrini.




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