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Irmãos são executados em casa
Illenia Negrin
Do Diário do Grande ABC
11/07/2005 | 08:29
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Um casal de irmãos foi executado na noite de sábado no quintal da casa onde moravam, no Núcleo Santa Cruz, região do pós-balsa, em São Bernardo. O ajudante João Carlos Brito, 35 anos, e a dona-de-casa Selma Regina de Brito, 29, foram mortos com tiros na cabeça, depois que a residência foi invadida por quatro homens encapuzados. O caso foi registrado no 3º Distrito Policial da cidade. A polícia vai instaurar inquérito para apurar as causas do crime e identificar os autores do duplo homicídio. Por ora, os investigadores ainda não têm pistas da identidade ou paradeiro dos executores.

Uma vizinha estava na casa no momento do crime. Em seu depoimento à polícia, ela contou que conversava com os irmãos no quintal, em frente da casa, por volta das 22h. Os quatro filhos de Selma brincavam por perto, quando os criminosos chegaram. A única testemunha dos assassinatos afirma que os quatro homens ordenaram, aos berros, que Selma e o irmão entrassem com as crianças. Ela também foi obrigada a entrar na casa. João Carlos e Selma foram levados pelo quarteto para os fundos da casa. Instantes depois, pode-se ouvir o barulho dos disparos. Segundo relatou à polícia, um dos encapuzados ainda gritou que "a hora de João Carlos havia chegado".

Quando a vizinha correu para o quintal, os assassinos tinham fugido e os dois já estavam mortos. Um cunhado das vítimas, que não quis se identificar, conta que João Carlos vivia com a irmã há menos de um mês. Teria se mudado para o Núcleo Santa Cruz depois de se separar da mulher. Já Selma vivia sozinha com os filhos na casa, até acolher o irmão.

"Não sabemos muito sobre a rotina dos dois porque eram os únicos que moravam lá no pós-balsa. Há muito tempo não tínhamos contato, minha esposa ficou anos sem ter contato com os irmãos. Não sei o que pode ter motivado essa barbaridade. Só penso nos filhos pequenos da Selma. Não sei o que será deles." Segundo a família, a criança mais velha tem 10 anos.

A família não permitiu que a reportagem acompanhasse o velório e o enterro do casal. O padrasto das vítimas disse que sua esposa enfrentava sérios problemas de saúde por conta da notícia do assassinato dos filhos. Segundo ele, desde que ficou sabendo da execução de João Carlos e Selma, ela está a base de sedativos. "Não sei como ela vai agüentar. A gente quer proteger. Não sabemos ainda nem como vamos explicar que o caixão da Selma terá de ficar lacrado. Parece que os tiros desfiguraram o rosto dela."

Os corpos foram liberados pelo IML (Instituto Médico-Legal) na manhã deste domingo. Um dos irmãos do casal, bastante nervoso, pediu que o serviço de funerária não informasse à reportagem o local do velório e o horário do enterro.




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