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Tempo seco e umidade baixa trazem riscos à saúde

Grande ABC soma 43 dias sem chuva significativa; situação deve melhorar apenas a partir de setembro, alerta Inmet

Bia Moço
Especial para o Diário
Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
27/07/2017 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 O Grande ABC completou 43 dias sem chuvas. Embora a baixa umidade do ar não seja novidade nesta época do ano, o clima seco traz série de complicações à Saúde – especialmente, respiratórias – à população. Ontem, a umidade relativa do ar chegou aos 38% na região, média que deve ser mantida até a primeira semana de agosto segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

Neide Oliveira, meteorologista do instituto, afirma que a secura deve se estender por ao menos mais um mês porque a previsão de chuva relevante é apenas para setembro. Ela explica que o fenômeno acontece devido ao domínio da massa de ar frio, que deixa o tempo seco, seguida de aumento abrupto na temperatura. “As frentes que podem trazer chuva estão passando pelo oceano e acabam não adentrando no continente para provocar chuva. Por isso, o tempo está muito seco”, explica.

Neste ano, o menor índice de umidade registrado na região foi de 25%, no último domingo. No ano passado, o recorde foi 19%, em agosto. A OMS (Organização Mundial da Saúde) considera que índices entre 20% e 30% caracterizam estado de atenção; de 19% a 12% são estado de alerta; e inferiores a 12% correspondem a estado de emergência.

O médico Elie Fiss, professor responsável pela disciplina de Pneumologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), alerta que a situação traz problemas dermatológicos, como pele muito seca, e respiratórios, porque também afeta as mucosas. “O ar que a pessoa acaba respirando é irritante para as vias aéreas. Nas pessoas que têm asma, bronquite crônica ou enfisema pulmonar a situação pode piorar”, comenta.

Para reduzir os problemas que podem vir com a baixa umidade do ar, a população deve adotar certas medidas, como a de deixar ambientes arejados, tomar bastante liquido e molhar as mucosas com soro fisiológico constantemente. “À noite é importante colocar bacia com água (no quarto), usar umidificador, toalha molhada ou outras formas que ajudam a aumentar a umidade do ar nos cômodos, principalmente, na hora de dormir. E, no horário da manhã e fim de tarde, evitar exercícios físicos ”, orienta Fiss.

Para a radialista Renata Montanari, 27 anos, o tempo seco tem dificultado os exercícios físicos. Ela faz musculação todos os dias, sempre no fim de tarde.  “Fico cansada muito mais rapidamente. Para realizar os exercícios temos de respirar corretamente, mas com o tempo seco, do jeito que está, logo estou sem ar e ofegante. Preciso beber muito mais água e pausar entre um exercício e outro”, comenta.

A publicitária Amanda Lucilla, 30, também vem sentido a diferença neste tempo seco, especialmente na hora de dormir. “Respirar na hora que deito é a parte mais difícil do dia. A sensação que tenho é de que entope tudo, tanto é que na última semana minha sinusite atacou. Fiquei com os olhos queimando”, contou.




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