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Governo vai abrir na quarta 120 vagas para professores da UFABC
Andrea Catão
Do Diário do Grande ABC
03/12/2005 | 08:13
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Até a próxima quarta-feira, o MEC (Ministério da Educação) espera que sejam criadas as vagas a serem preenchidas por professores universitários que vão ministrar as aulas da UFABC (Universidade Federal do ABC). Os cargos serão criados pelo Ministério do Planejamento e espera-se, ao todo, a abertura de 4 mil vagas, que devem ser distribuídas para as demais universidades que o governo vai instalar e também para as extensões das federais. Do total de vagas a serem criadas, 120 serão para o primeiro ano de funcionamento da instituição pública de ensino superior na região. Quando estiver totalmente instalada, conforme prevê a lei, a UFABC deverá ter 600 professores.

O anúncio foi feito pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, que esteve sexta-feira em Santo André na comitiva que acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula veio à região para lançar simbolicamente a pedra fundamental da universidade, que será instalada em um terreno doado pela Prefeitura de Santo André na avenida dos Estados. Como o MEC, em conjunto com o IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil), ainda vai selecionar em concurso nacional o projeto arquitetônico do campus da UFABC, as obras possivelmente só terão início no próximo ano. Em janeiro, será conhecido o projeto vencedor e, posteriormente, será aberta a licitação.

Haddad disse que primeiramente o Ministério do Planejamento deve criar as vagas para que só depois seja publicado o edital do concurso público. Além da UFABC, o governo criou neste ano as universidades de Dourados (MT) e Recôncavo Baiano (BA). A abertura das duas instituições foi a moeda de troca exigida pelo PFL para que não impedissem a aprovação da lei que cria a UFABC. Além dessas três universidades, também está para ser votado o projeto de lei que vai abrir outra instituição de ensino superior no Rio Grande do Sul. O governo autorizou ainda outras 32 extensões de federais em todo o país. A mais recente é o campus estendido da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) para Diadema.

Segundo o reitor da UFABC, Hermano Tavares, a quem Lula chamou de “magnífico reitor” em seu discurso, disse que espera que até o fim deste ano o concurso seja aberto. “A comissão está finalizando o perfil que cada professor da universidade deverá ter. Acredito que até junho tenhamos a maior parte das vagas solicitadas ao MEC (um total de 120) preenchidas.”

Ele afirma que a solicitação feita ao MEC é que a cada ano sejam contratados entre 100 e 120 professores para que ao final de cinco anos todas as vagas estejam preenchidas. “Como ainda estamos negociando o imóvel que servirá para a instalação provisória da universidade, não temos certeza de quantas vagas para alunos serão criadas. Mas esperamos que sejam mais de mil a partir de setembro do ano que vem, mês previsto para o início das aulas. Com esse número de estudantes, precisaremos ter cerca de 100 professores”, disse Tavares.

Tecnologia – Sexta-feira, o presidente Lula voltou a reafirmar que a criação da UFABC é estratégica para o governo, que tem o interesse em investir em tecnologia. “Tem sido uma constante no governo a idéia de que o Brasil tem de exportar produtos de maior valor agregado. E também deve se esforçar em exportar profissionais que vão ter destaque lá fora. O ensino público tem de estar voltado à pesquisa de novas tecnologias para que possamos exportar inteligência”, afirmou o presidente, que estava totalmente à vontade em Santo André. A platéia que o recebeu no local onde será construída a UFABC era formada majoritariamente por petistas ou simpatizantes de Lula.

No texto da lei da UFABC está a garantia de que todos os cursos da universidade terão viés tecnológico, até mesmo a graduação nas áreas de Educação. Com isso, a intenção é de que a instituição atue fortemente no desenvolvimento de pesquisas. Entre as áreas de interesse ao governo está a exploração de novas matrizes energéticas e atuação em engenharia voltada ao meio ambiente.

O modelo de ensino na UFABC também será novo. O candidato ao vestibular não vai escolher qual curso pretende seguir na universidade. Primeiro, fará curso básico de três anos com uma série de disciplinas obrigatórias e outras em que poderá fazer a opção, dependendo da área de interesse. Só ao concluir os três primeiros anos é que vai escolher qual a especialização que pretende fazer. Outra novidade é que o curso será por trimestres, diferente da graduação tradicional, que são semestrais ou anuais. O formato é semelhante aos adotados em pós-graduação e mestrado.




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