A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) começa na próxima segunda-feira o trabalho de análise da contaminação do condomínio Barão de Mauá, no Parque São Vicente, em Mauá. O trabalho, que avaliará os riscos da contaminação em Mauá e em diversos locais do país problemas semelhantes, será direcionado ao perigo que os mais de 5 mil moradores do residencial correm por viver em uma área contaminada por 44 substâncias tóxicas, entre elas o cancerígeno benzeno.

Em Mauá, a Funasa terá apoio da Prefeitura e do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado. A intenção da Fundação é criar um padrão de procedimentos para casos de contaminação. Por meio de análise ambiental, a Funasa quer saber quais os reais riscos à saúde das pessoas diante da exposição a produtos tóxicos para definir como agir nesse e em novos casos de contaminação.

De acordo com o coordenador-geral do Departamento de Vigilância Ambiental em Saúde da Funasa, Guilherme Franco Netto, o trabalho do órgão federal deve durar cinco meses em Mauá e será concentrado no risco à saúde dos moradores. “Vamos analisar todos os exames feitos até agora sobre o residencial e avaliar que novos testes teremos de fazer para determinar se há ou não risco aos moradores do residencial.”

O trabalho começa com o treinamento de técnicos da Prefeitura nos próximos dias 19 e 20 sobre a metodologia que será aplicada pela Funasa. Depois disso, começam a análise dos dados e os eventuais novos exames.

Segundo Netto, os testes feitos até hoje levaram mais em consideração o impacto ambiental da contaminação, e o trabalho da Funasa será voltado para os riscos à saúde da população, por isso devem ser pedidos testes mais detalhados. “Vamos fazer um levantamento geral para saber se as remediações são adequadas, se a população tem de ser retirada, se algum tratamento específico deve ser tomado como prevenção à saúde. Todo trabalho feito até hoje foi muito voltado à questão do ambiente. Vamos conversar com a população para saber quais são seus temores e fazer quantos novos testes forem necessários.”

A Secretaria de Saúde de Mauá, que dará assessoria à Funasa, informou, por meio da assessoria de imprensa, que os técnicos da Prefeitura auxiliarão no trabalho para fornecer informações e verificar se há brechas nos exames feitos até agora.

O presidente do Instituto Barão de Mauá de Defesa de Vítimas e Consumidores Contra Entes Poluidores e Maus Fornecedores, e síndico da etapa 6 do condomínio, Juan de Dios, afirmou que os moradores acompanharão atentamente o trabalho, porque ainda faltam respostas. “Praticamente não foram feitos exames com os moradores. Queremos saber se nossa saúde não pode ser comprometida por continuarmos morando aqui.”