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MTST cria lista de espera para ocupação

Entrada de famílias foi barrada, mas movimento cadastra interessados em acampar no terreno

Cadu Proieti
25/03/2012 | 07:00
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Após barrar a entrada de famílias no terreno particular que foi ocupado no Jardim do Estádio, em Santo André, o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) criou lista de espera para as pessoas que manifestaram interesse em se instalar no acampamento. Segundo lideranças do grupo, já são 400 cadastradas, que esperam vaga no assentamento.

 

Só será liberada a entrada de novos ocupantes se alguma das 1.300 famílias que estão na área há cerca de 20 dias abandonarem o local.

“Está vindo muita gente aqui. Quase todos os dias nos procuram. Ouvimos muitas histórias comoventes, mas resolvemos congelar o número de famílias porque não temos estrutura para receber mais pessoas. Alguns vêm com criança de colo, debaixo de sol, pedirem para entrar”, disse Maria das Dores, uma das coordenadoras do movimento. /CW

 

Com a decisão do juiz João Antunes dos Santos Neto, da 5ª Vara Cível de Santo André, de realizar reintegração de posse na área, o MTST afirmou que irá recorrer na esfera judicial municipal e, se isso não for suficiente, entrará com agravo em âmbito estadual. “Já temos caso em São Paulo em que o movimento conseguiu derrubar a ordem do juiz. Vamos trabalhar com esta expectativa”, afirmou Maria das Dores. A Polícia Militar pediu 45 dias realizar a retirada das famílias.

 

De acordo com a coordenadora dos sem-teto, a ordem para desocupar a área gerou várias dúvidas entre os manifestantes. Diversas reuniões foram realizadas para repassar informações aos ocupantes. Isso impediu que pessoas desistissem da ação e manteve o número de famílias na área. “Boa parte destas pessoas não tem para onde ir. Então, vão ficar aqui até a definição. Passamos toda a verdade a eles e mostramos a função social do movimento. Não criamos ilusões”, relatou.

 

Depois de alguns problemas decorrentes das chuvas, o MTST conseguiu montar tenda exclusiva para uso das cerca de 250 crianças que estão acampadas. Aos finais de semana, são realizadas atividades culturais, esportivas e educacionais aos jovens.

 

A coordenadora do movimento também afirmou que o fim do verão preocupa todos os ocupantes. “No calor a gente dá um jeito, tenta se refrescar com a água que tem. No frio é pior, porque temos poucos cobertores que foram doados. A chuva também atrapalha demais, porque castiga bastante”, reclamou.




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