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Gravidez na adolescência apresenta queda na região

Cenário observado entre 2016 e 2017 é resultado de disseminação de informações sobre métodos contraceptivos

Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
25/08/2019 | 07:00
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EBC


 O Grande ABC registrou queda de 14% no índice de adolescentes com menos de 18 anos que deram à luz entre 2016 e 2017. Conforme levantamento da Fundação Seade por meio das Informações dos Municípios Paulistas, o número de meninas que se tornaram mães passou de 1.754 para 1.502 no período analisado. Especialistas ouvidos pelo Diário consideram que o cenário é fruto de políticas públicas relacionadas ao tema, como divulgação de informações e distribuição de métodos contraceptivos.

Segundo o professor de saúde sexual, reprodutiva e genérica populacional da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Caio Parente, apesar de a região apresentar queda considerada positiva, ainda é necessário uma atenção especial para esse quadro da saúde. “Essa diminuição de casos está ligada ao aumento de planejamento familiar nas unidades de saúde, dos atendimentos com a ginecologia, das ações educativas e distribuição de métodos contraceptivos. Um sinal muito bom de que as prefeituras precisam continuar neste caminho”, ressalta.

Uma das sugestões do especialista é facilitar a aproximação dos adolescentes às informações sobre saúde sexual com o uso da tecnologia. “O ideal seria ampliar cada vez mais esse acesso com novos mecanismos, como o WhatsApp e as redes sociais, por exemplo”, destaca Parente.

Para a professora do curso de psicologia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Rebeca Daneluci, é preciso levar em conta ainda que os jovens podem ter acesso às informações mas não saberem como utilizá-las, por isso, a necessidade de qualificar essa medida. “Quando observamos pesquisas sobre o assunto, identificamos que, por exemplo, a adolescente conhece o método contraceptivo, mas não tem a clareza de como usá-lo”, diz.

Nos casos em que a gravidez na adolescência não é evitada, Rebeca alerta que a adolescente precisa entender qual lugar essa criança vai ocupar na vida da jovem. “É preciso criar uma expectativa de vida para os dois (mãe e bebê) e, quando tiver o parceiro, para o três. Isso é fundamental”, finaliza.

NA REGIÃO
Com exceção de São Caetano, onde houve alta de 10% nos registros de mulheres com idade inferior a 18 anos que tenham tido filho entre 2016 e 2017, todos os demais municípios observaram baixa no índice (veja tabela acima).

O destaque positivo ficou por conta de Mauá, onde o número caiu 28,7%, seguida por Ribeirão Pires (-22,4%), Rio Grande da Serra (-13,7%), São Bernardo (-13,4%), Diadema (-11,1%) e Santo André (-3,6%).

SONHO
Moradora de São Bernardo desde que nasceu, Raquel Nunes, hoje com 19 anos, sempre desejou ser mãe depois do casamento, no entanto, relacionamento de oito meses antecipou esse sonho, com a chegada do filho Felipe. “Eu tinha 16 anos quando percebi que, além da menstruação atrasada, meu corpo estava diferente. Foi quando decidi fazer o teste de gravidez”, comenta.

Apesar do susto, Raquel considera que mesmo com medo do que os outros pensariam sobre a situação, inclusive parte da família, o filho foi a melhor coisa que aconteceu. “Tinha medo dos comentários sobre minha idade e a gravidez, mas não me arrependo. Meu filho é a melhor coisa para mim. Apesar de ser nova, meus pensamentos mudaram e amadureci bem antes do que eu imaginava”, finaliza a comerciante.




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