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Especial para o Diário
O despreparo de uma funcionária da farmácia da UBS (Unidade Básica de Saúde) da Vila São Pedro, em São Bernardo, quase custou a vida da dona de casa Eni da Silva Bezerra, 33 anos. Ela ficou três dias internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital e Maternidade Mauá devido a uma intoxicação com o medicamento Digoxina 0,25 mg, utilizado para o tratamento de insuficiência cardíaca.
Eni afirmou que acreditava estar ingerindo Captopril 25 mg, medicamento que usa para tratar hipertensão. Os dois remédios têm embalagens parecidas. “Tomei quase 20 dias. Daí comecei a sentir o coração acelerado e a ter vômito, diarréia e dores de cabeça”.
Os comprimidos foram entregues por engano por uma funcionária da UBS, no dia 27 de junho. Quem retirou as cartelas foi a filha de Eni, de 15 anos. Na receita, de 24 de janeiro, lê-se claramente o nome do medicamento. “Eu só mandei minha menina buscar porque a responsável pela farmácia autorizou da outra vez.”
De acordo com o diretor de Defesa Profissional da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, José Henrique Vila, Eni não morreu por pouco. Ele afirmou que a Digoxina é um cardiotônico, ou seja, estimula os batimentos cardíacos, além de ser tóxico. “Provavelmente seus rins são muito bons e excretaram tudo”, disse.
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