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Covid matou dois GCMs para cada cidadão comum

Taxa de mortalidade do vírus atingiu 0,64% nas corporações
da região; desde o início da pandemia, 15 agentes morreram

Daniel Tossato
30/10/2021 | 05:16
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DGABC/Celso Luiz


A taxa de mortalidade da Covid entre os agentes que formam as equipes das GCMs (Guardas Civis Municipais) do Grande ABC é o dobro do apurado na população em geral. Dados levantados pelo Diário junto às administrações e também à CONGM (Conferência Nacional das Guardas Municipais do Brasil) mostram que, durante a pandemia, pelo menos 15 guardas-civis perderam a batalha para o coronavírus em Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Mauá. Isso significa que, em universo de 2.339 agentes que atuam nas cinco cidades, a mortalidade é de 0,64%. Entre a população comum, foram 10.375 perdas para população de 2,8 milhões de habitantes, taxa de 0,37%.

Dentre estes municípios que participaram do levantamento, São Caetano é o que tem a maior mortalidade, com 0,95%. Desde o início da pandemia, quatro agentes da cidade perderam a vida por complicações relacionadas à doença. O município conta com corporação de 417 guardas.

Santo André é a segunda colocada no ranking da mortalidade da GCM. Até o momento, cinco guardas-civis morreram de Covid, o que representa mortalidade de 0,9%. No município, 532 agentes atuam na segurança da cidade. São Bernardo aparece na terceira colocação com dois agentes mortos em universo de 863 guardas-civis.

Mauá também relatou perda de agentes para o coronavírus. Foram dois em 2020 e um em 2021. A corporação da cidade mantém 202 homens que atuam na guarda patrimonial. Já em Diadema, a GCM perdeu um guarda-civil entre os 290 que mantém em suas fileiras.

Conforme o presidente da CONGM e inspetor da GCM de São Bernardo, Oseias Francisco da Silva, as guardas municipais do Brasil, em especial no Grande ABC, realizaram atuação importante durante a pandemia e até contribuíram para a contenção do avanço do coronavírus na região com a desmobilização de festas irregulares. A categoria, assim como os demais profissionais das forças de segurança e os trabalhadores da área da saúde, foi uma das poucas que não pôde ficar em casa mesmo nos momentos mais dramáticos da crise sanitária.

“Tivemos perdas importantes. Óbitos que abalaram o nosso efetivo na região. Mas, em nenhum momento, deixamos nosso dever e nosso comprometimento com a causa pública e com a vida. Não duvidamos que esse momento era extraordinário e que haveria sacrifícios”, declarou Silva.

Em abril desse ano, o Diário mostrou que, durante a quarentena, 26,6% dos guardas municipais chegaram a ser contaminados pela Covid. Até aquele mês, oito profissionais haviam perdido a vida devido à doença. Nos seis meses posteriores, mais sete agentes faleceram.

Ao Diário, as administrações alegaram que realizam limpeza frequente nas viaturas que são utilizadas pelos agentes de segurança, assim como fornecem itens de proteção contra o coronavírus, como máscaras e álcool em gel. A GCM de todo o País também esteve entre os grupos prioritários para receber a vacinação contra o coronavírus conforme determinou o PNI (Plano Nacional de Imunização).  




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