Setecidades Titulo Pela terceira vez
Decisão judicial bloqueia WhatsApp por quatro horas
Daniel Macário
Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
20/07/2016 | 07:00
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 Os cerca de 100 milhões de brasileiros que utilizam o WhatsApp passaram cerca de quatro horas sem poder acessar os serviços, na tarde de ontem, por determinação da Justiça. Decisão da juíza Daniela Barbosa de Souza, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Duque de Caxias, no Rio de janeiro, bloqueou o aplicativo às 14h, no entanto, o STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu liminarmente a medida por volta das 18h.

Essa foi a terceira vez que o WhatsApp ficou fora do ar após descumprimento de ordens judiciais. A ação é criticada pelos usuários, principalmente por aqueles que usam a ferramenta para o trabalho.

“O aplicativo tornou-se uma ferramenta para captação de clientes. Encaminhamos proposta e, inclusive, fechamos vendas pelo WhatsApp. Sem ele nosso trabalho fica comprometido”, relata a vendedora Juliane Cordeiro, 32 anos.

Para a estudante e proprietária da confeitaria Geek Cake, Natalia Ramos, 23, se por um lado o bloqueio do aplicativo interferiu em 50% de suas vendas, do outro, ela aproveitou a oportunidade para reverter o cenário desfavorável de maneira bem criativa.

Baseada na ideia de uma confeiteira do Rio de Janeiro, a jovem fez do bloqueio do aplicativo o marketing para a venda de um dos seus produtos, o Whats Zepam, caixinha que contém quatro brigadeiros. “Foi uma forma de atingir o público que hoje é viciado em internet. Muitos compram e guardam a caixa como lembrança. Acaba sendo uma maneira de atrair as pessoas com coisas do dia a dia. Na caixa tem até uma frase dizendo que o chocolate é um calmante para as neuroses decorrentes do uso abusivo do WhatsApp.”

 

ANÁLISE

Para o professor da Faculdade de Direito de São Bernardo e advogado especialista em Direito do Consumidor Arthur Rollo, o bloqueio do aplicativo coloca em cheque os direitos à Segurança Pública e à Comunicação. “Se por um lado o WhatsApp entende que a quebra do sigilo fere o direito dos usuários, por outro, a impossibilidade de rastreamento permite o cometimento de crimes, como planos terroristas e formação de quadrilha”, destaca.

Segundo o especialista, uma alternativa para que a tentativa de punir a empresa não afete os interesses difusos do consumidor seria adotar medidas mais bruscas, como a caça do CNPJ do escritório do WhatsApp no Brasil ou até mesmo o pedido de prisão dos responsáveis. “Precisa haver gestão”, diz Rollo.




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