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Once Caldas vence o Boca nos pênaltis e conquista a Libertadores
Fernão Silveira
Do Diário OnLine
02/07/2004 | 00:30
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O Once Caldas confirmou a vocação de algoz dos 'grandes' times sul-americanos e conquistou a Copa Libertadores da América/2004. Depois de segurar um empate sem gols com o Boca Juniors em La Bombonera (Buenos Aires), na semana passada, o time colombiano ficou na igualdade por 1 a 1 em Manizales, nesta quinta-feira à noite, mas comprovou que é eficiente também nos pênaltis. Numa decisão marcada pelos erros, o Once Caldas conseguiu dois gols e superou o Boca por 2 a 0.

Nova 'Cinderela' do futebol colombiano, o mediano Once Caldas se consagrou como o segundo time do país a conquistar a Copa Libertadores – além do 'grande' Nacional de Medellín (campeão de 1989). Comandado pelo espalhafatoso (mas eficiente) goleiro Henao e pelo equilibrado técnico Luiz Fernando Montoya, o time de Manizales ganhou o direito de disputar o Mundial Interclubes, em novembro, no Japão, contra o Porto (vencedor da Liga dos Campeões da Uefa).

Depois de eliminar o Santos (nas quartas-de-final) e o São Paulo (na semifinal), o Once Caldas impediu o Boca Juniors de chegar ao 6º título sul-americano. E mais: interrompeu a hegemonia continental que os 'xeneizes' carregam nos últimos anos – o Boca Juniors foi campeão em 2000, 2001 e 2003, sempre sob o comando do 'copeiro' técnico Carlos Bianchi.

Heróis nacionais - Once Caldas e Boca Juniors repetiram nesta quinta-feira o duelo equilibrado protagonizado há oito dias, em Buenos Aires. Empurrado pela torcida que tomou as arquibancadas do estádio Palogrande, o Once Caldas mostrou mais ousadia ofensiva e obrigou o time argentino a jogar na base dos contra-ataques.

Os donos da casa abriram o placar logo aos 7 do primeiro tempo. Viáfara encontrou liberdade na intermediária do Boca e disparou um petardo de longa distância. A bola morreu inapelavelmente no ângulo direito do goleiro 'Pato' Abbondanzieri, inflamando as arquibancadas do Palogrande.

O Boca Juniors sentiu o gol e começou a expor sua defesa seguidamente para os contragolpes perigosos do Once Caldas. Aos 15, Alcázar aproveitou uma falha da zaga e chegou a driblar Abbondanzieri na entrada da área, mas foi impedido de finalizar graças a um carrinho arrojado do lateral Perea. A única boa chance do Boca na primeira etapa ocorreu aos 22, num cruzamento de Cangele interceptado pela defesa colombiana pouco antes de chegar a Tévez.

O Once Caldas manteve seu bom volume de jogo no início do segundo tempo e quase ampliou aos 3, num petardo de Moreno que passou perto da trave de Abbondanzieri. Mas quem balançou a rede foi o Boca Juniors. Aos 7, o zagueiro Burdisso aproveitou cruzamento de Cangele em cobrança de falta pela direita e testou firme para deixar tudo igual: 1 a 1.

O jogo ganhou em emoção e correria após o empate, mas perdeu em qualidade técnica. Os colombianos reclamaram com o árbitro Carlos Chandia (CHI) um pênalti que teria sido cometido por Schiavi em Alcázar, aos 20. O Boca só assustou o goleiro Henao num chute forte de Villareal, aos 22. Abbondanzieri, em compensação, teve de trabalhar duro para salvar o gol colombiano em chutes consecutivos de Diaz e Valentierra, aos 24. Carlito Tévez, aos 29 e aos 45, ainda perdeu as últimas chances de gol para o Boca Juniors.

A persistência do empate levou a decisão da taça para a cobrança de pênaltis. A inegável qualidade dos goleiros Abbondanzieri e Henao e a péssima pontaria dos cobradores fez com que apenas duas das oito cobranças resultassem em gol.

A série foi aberta pelo habilidoso Valentierra, que chutou no meio do gol. Ajoelhado, Abbondanzieri só teve de proteger a cabeça para espalmar. Na seqüência, Schiavi tentou colocar no ângulo e botou a bola por cima do travessão. Soto, num chute forte no canto esquerdo, fez 1 a 0 para o Once Caldas. Cascini também tentou no meio do gol e facilitou a defesa de Henao.

O Once Caldas teve a chance de abrir 2 a 0, mas Ortegón bateu horrivelmente, no meio do gol, e parou na defesa de Abbondanzieri. Burdisso, com tudo para empatar a fatura, soltou um petardo e carimbou o travessão de Henao. O atacante reserva Agudelo bateu bem e deixou o Once Caldas a um passo do título. Mas o ato final teria de caber ao herói Henao, que pegou a cobrança de Cangele e confirmou o título inédito do Once Caldas.




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