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Brasil é 2º que mais usa o streaming no mundo

Com 18 milhões de assinantes do serviço, País fica atrás só dos EUA, com 67 milhões; drama lidera escolhas

Francisco Lacerda
07/11/2021 | 00:01
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DGABC


Com imposição do lockdown pelos governos estaduais a fim de combater a propagação da Covid-19 e a consequente alta no número de infectados com o coronavírus, período em que lojas, bares, restaurantes, casas de espetáculos e shoppings tiveram de permanecer fechados, uma das poucas opções de lazer – se não a única – da maioria das famílias brasileiras era se ‘internar’ em frente às telinhas como forma de superar o marasmo do confinamento.

Isso fez com que crescesse exponencialmente o ‘consumo’ de streaming no País e o tornasse a segunda Nação do planeta entre as que mais utilizam esse tipo de serviço, atrás somente dos Estados Unidos.

Por aqui há 18 milhões de assinantes desse produto, contra 67 milhões de norte-americanos. Reino Unido, com 13 milhões, e Alemanha, com 11 milhões, vêm na sequência. A França fecha o top cinco, com 8 milhões de adeptos.

É o que mostra estudo divulgado pela plataforma de descontos CupomValido.com.br, com 2.000 pessoas, reunindo índices da Statista, empresa alemã especializada em dados de mercado e consumidores, e do JustWatch, portal alemão que monitora os filmes/séries das principais plataformas de streaming em nível mundial.

Em relação ao que é visto na telinha por aqui, 47,8% dos brasileiros ouvidos na pesquisa têm no topo da preferência o drama, seguido por ação/aventura (18,3%) e comédia (16%), respectivamente.

Comodidade do lar, mais tempo com a família, baixo custo e respeito à pandemia são fatores levados em consideração também na escolha. É o caso de Iandra Molotievscki Alves, 47 anos, de São Caetano. Ela gasta R$ 300 ao mês com o serviço, ao qual acessa duas vezes por semana, em média, junto com o marido, Marlos de Freitas, e o filho, Murilo. A predileção é por comédia, filmes baseados em fatos reais e ação. Cobra Kai e Friends são favoritos. Revela, inclusive, que prefere ficar em casa a ter de se aventurar em busca de diversão. “Nos reunimos (ela, filho e marido) e ficamos juntinhos vivendo experiências e apreciando os conteúdos. Em casa conseguimos assistir com maior privacidade, fazemos nossos lanches e pipocas especiais a custos bem menores e ainda temos a vantagem de que, quando acaba o filme, já estamos em nossa casa, no conforto do lar, e gostamos da presença dos familiares unidos durante e após esses momentos”, declara a gerente-geral de empresa na Capital.

Com crescimento no número de consumidores, aumentou também, claro, a receita das empresas que ofertam os serviços. É o caso da Netflix, com alta de 47% no último ano, totalizando aproximadamente US$ 2,7 bilhões. A plataforma iniciou como locadora de DVDs, com entrega via Correios, e é hoje a mais acessada no Brasil, com 31% de participação no mercado. E também no mundo, com 53,5% do total de usuários e adesão de 36 milhões de adeptos somente no último ano, chegando a mais de 200 milhões de pessoas em seu catálogo.

Bem atrás na predileção do público vêm a Amazon Prime Video, com 12,6% dos fãs – e 24% de participação no mercado –; Hulu, com 6,3%; Apple TV+ (3,9%); e, por fim, HBO Max e Disney+, ambas com fatia de 3,6% cada.

Fã das séries House e Law & Order, mas também com leve inclinação às dos gêneros drama e suspense, a enfermeira do trabalho de Santo André Simone Luiza da Silva Ferreira, 49, cita que ter acesso a vários temas é um dos diferenciais para adesão à Netflix. Universal Channel e H&H figuram também na lista quando o conteúdo não está a contento na primeira. Mas mesmo com dispêndio de R$ 250 mensais com o produto, a enfermeira não é excessivamente entusiasta do streaming e, por isso, os acessos são restritos. “Jamais deixo de sair de casa por causa de TV. Com pandemia ou sem pandemia minha rotina sempre foi a mesma, limito meus acessos e prefiro assistir sozinha”, declara Simone.

Fato é que o streaming se fortaleceu e alterou a forma de interação. Acessar de maneira individual ou coletiva os catálogos, poder decidir o que e onde assistir, alta qualidade e a variedade de conteúdos são outros pontos positivos do serviço, que, sem dúvida, teve a assiduidade potencializada nesta pandemia. Com cobertura vacinal da população avançando a passos largos e o relaxamento cada vez maior das regras sanitárias, inclusive com anunciado fim do uso de máscara, esses números tendem a arrefecer. Mas, até lá, basta apenas preparar petiscos, sozinho ou acompanhado, escolher e aproveitar. “Já fiz algumas vezes (assistir sozinha), mas nada melhor que na companhia do filho, marido e amigos. Normalmente fazemos pipoca na manteiga e bebemos guaraná. Combinação perfeita”, encerra Iandra. 




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