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Morre menino baleado por estudante em Diadema
Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
28/10/2005 | 08:51
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Morreu quinta-feira, às 15h, o menino Rodrigo Airton dos Santos, 12 anos, baleado acidentalmente na cabeça por um amigo de 15 anos na segunda-feira, no quintal de uma casa localizada na rua das Ameixeiras, no Jardim ABC, em Diadema. O tiro ocorreu um dia após a realização do referendo nacional, que decidiu pelo não ao comércio de armas de fogo. Diadema foi o único município da Região Metropolitana que votou sim.

Santos estava internado em coma na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Estadual de Diadema, no bairro Serraria, desde o acidente. "Se a arma usada não tivesse sido encontrada na casa de um outro amigo de meu filho, ele poderia estar vivo agora. Meu menino não merecia morrer desse jeito. Tinha uma vida inteira pela frente", afirmou a cozinheira Maria de Fátima dos Santos, 53 anos.

O garoto que atirou brincava com uma pistola calibre 380. Ele conseguiu a arma de um outro amigo de 14 anos, que a achou em casa, no mesmo bairro.

A pistola é de propriedade do comerciante Ronaldo Rodrigues de Araújo, 27 anos, que tinha registro legal. Entretanto, em um procedimento ilegal, ele pediu para que seu sócio num comércio, Rodrigo Nunes, 28, guardasse a pistola. Nunes é cunhado do garoto de 14 anos e os dois moram na mesma casa. De acordo com a lei, o proprietário da arma só pode guardá-la na própria residência.

O tiro ocorreu às 16h de segunda-feira. Quarenta minutos antes, o estudante de 14 anos achou por acaso a pistola. Segundo depoimento à polícia, ele disse que foi até o quarto da irmã à procura de dinheiro para jogar sinuca e fliperama. Achou uma mochila com a arma dentro do armário. Segundo o garoto, a arma estava carregada.

O adolescente colocou a pistola na cintura e foi mostrar aos amigos. Pulou o muro da Escola Estadual Osvaldo Lacerda Gomes Cardim e a exibiu para um amigo de 15 anos. Ambos saíram do local e foram até a rua das Ameixeiras, onde estavam o garoto baleado e mais três amigos.

Segundo testemunhas, o garoto de 15 anos ficou "botando banca" com a arma e o tiro foi disparado. Como não houve intenção de atirar, o garoto que disparou e que pegou a arma foram encaminhados à Vara da Infância e Juventude, onde vão responder pelo caso e receber orientações.

Os dois comerciantes – o dono e o guardião da arma – foram indiciados por ceder e guardar ilegalmente o armamento. Vão responder o caso em liberdade e, se condenados, podem pegar de dois a quatro anos de cadeia.




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