O selo Atração Fonográfica coloca nas prateleiras das lojas o registro Ao Vivo, em Porto, gravado por Arrigo Barnabé em 2004, ao lado do pianista e parceiro de longa data Paulo Braga, na cidade portuguesa que empresta o nome ao trabalho.

Com pouco mais de 42 minutos de duração, o CD revisita composições clássicas na carreira de Arrigo, como Office Boy, Sabor de Veneno e Clara Crocodilo.

Tanto os nomes do paranaense Arrigo quanto o de Paulo Braga estão atrelados ao movimento cultural que a imprensa convencionou chamar de vanguarda paulistana, que se manifestou na virada dos anos 1970 para os 1980 e teve entre seus expoentes Itamar Assumpção (1949-2003) e Tetê Espíndola.

O teatro Lira Paulistana era o local escolhido para que a banda Sabor de Veneno (da qual Paulo era um dos integrantes), acompanhasse as experimentações de Arrigo.

"Ter uma banda sempre dá problema, além da produção ser difícil, inclusive para viajar", explica Arrigo. "Mesmo assim sempre foi bom trabalhar com eles."

No caso do Ao Vivo... não há qualquer acompanhamento adicional ("o piano dá conta, é o mais próximo de como faço em casa").

Apesar disso, Arrigo promete o retorno daquilo que apelida rock sinfônico para o próximo dia 14 no Theatro Municipal de São Paulo, com a reedição do concerto A Saga de Clara Crocodilo, encomendado 25 anos depois pelo maestro Jamil Maluf, que o acompanhará frente à Orquestra Experimental de Repertório.

Enquanto isso, Arrigo deve seguir com as aulas-show em que explica a gênese das músicas que compõe. Ele diz que não encontra dificuldade quando explica os conceitos da vanguarda paulistana para as novas gerações. "Os jovens têm facilidade para entender."