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S.Bernardo e Ribeirão têm 4.311 idosos com terceira dose atrasada

Especialista destaca redução de anticorpos após 90 dias; cinco cidades do Grande ABC não informaram os dados

Anderson Fattori
15/10/2021 | 06:07
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André Henriques/ DGABC


As prefeituras de São Bernardo e Ribeirão Pires informaram que pelo menos 4.311 idosos que já receberam duas doses das vacinas contra a Covid-19 há mais de seis meses e que deveriam procurar os postos de saúde em busca do reforço ainda não apareceram. São 3.770 são-bernardenses nestas condições e 541 moradores de Ribeirão Pires. As outras cinco cidades da região não disponibilizaram os dados.

A situação preocupa porque diversos estudos comprovaram que a eficácia da vacina diminui de acordo com o tempo e a condição de quem foi imunizado. Análise feita pela Universidade de Oxford, que produziu o imunizante Astrazeneca, comprovou que depois de 90 dias da aplicação da segunda dose a eficácia na prevenção de infecções da vacina da Pfizer caiu para 75% e a da Astrazeneca foi a 61%, redução dos índices originais de 85% e 68%, respectivamente.

Infectologista do Hospital Brasil, da Rede D’Or São Luiz, Ruan de Andrade destacou a importância da terceira dose. “Existem evidências científicas de que há redução dos anticorpos em pessoas acima dos 70 anos e imunossuprimidos, que são os grupos prioritários para o reforço neste momento no Brasil. Diante de cenário com predominância da variante delta é importante receber a terceira dose”, comentou.

O especialista acredita que a ausência de idosos nos postos de saúde tem a mesma causa da evasão observada no complemento vacinal – de acordo com dados das prefeituras da região, aos menos 123 mil pessoas não voltaram para receber o segundo imunizante contra a Covid. “Na medida em que temos observado redução no número de casos, mortes e internações, acredito que exista um relaxamento natural das pessoas quanto a doença. O que é um equívoco, já que imunização completa requer duas doses, com exceção da vacina da Janssen. Atualmente a prevalência de internações são de pessoas que não foram vacinadas ou receberam apenas uma dose. Por isso é essencial que as pessoas procurem finalizar o esquema vacinal”, recomenda Andrade.

Todas as cidades do Grande ABC oferecem a segunda dose para moradores com 18 anos ou mais que tenham recebido a Astrazeneca há 12 semanas ou a da Pfizer há oito semanas. Já o reforço é disponibilizados para profissionais da saúde, imunossuprimidos e idosos. Com exceção de São Bernardo, que disponibiliza os fármacos para moradores com 69 anos ou mais, as outras seis cidades do Grande ABC já contemplam munícipes a partir de 60 anos.

De acordo com informações da Fundação Seade, plataforma mantida pelo governo do Estado, o Grande ABC tem 426.429 pessoas com 60 anos ou mais, sendo 127.200 em São Bernardo, 126.920 em Santo André, 60.470 em Mauá, 49.774 em Diadema, 35.795 em São Caetano, 20.151 em Ribeirão Pires e 6.119 em Rio Grande da Serra. Até ontem, as prefeituras da região haviam aplicado 93.995 doses suplementares, ou seja, a cobertura da faixa etária é de apenas 22%.

O Ministério da Saúde ainda não se manifestou sobre a disponibilidade de reforço para pessoas com menos de 60 anos. De acordo com Andrade, não há evidências científicas que indiquem a necessidade do reforço para todas as pessoas.  




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