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Jardim do Estádio tem restaurante nordestino

Mantido por família do Ceará, o Jabá do Lau faz sucesso entre os clientes e vende mais de 400 quilos da carne por semana

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
19/12/2015 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


No Jardim do Estádio, em Santo André, é raro encontrar quem não conheça o restaurante nordestino Jabá do Lau. Apesar de estar no local há três anos, a clientela é grande, principalmente aos fins de semana, quando é preciso reservar mesa para apreciar os pratos típicos. O local é comandando por pai e filho.

O proprietário Laurismar Custódio de Oliveira, 50 anos, é natural da cidade de Quiterianópolis, no Ceará, e vive em Santo André há mais de 30 anos. Ele veio para o município andreense com o sonho de melhorar de vida. “Quiterianópolis é muito pequena e as condições são duras. Nasci no meio do mato e minha família tinha o sonho de vir para cá.”

Lau, como é conhecido, chegou a trabalhar como cobrador de ônibus e, por mais de 20 anos, na Firestone. Desde quando morava no Nordeste, tinha o hobby de inventar receitas na cozinha. Os pratos eram bastante elogiados, principalmente pelo filho Gleison Lacerda de Oliveira, 23.

“Meu pai sempre teve vontade de abrir um restaurante para vender as receitas dele. Como eu já tinha trabalhado em um e adquirido uma certa experiência, conseguimos realizar esse sonho.”

Além dos dois, a cozinha também tem a ajuda da mulher de Lau e do filho mais novo. Os garçons são conhecidos da família e todos também vieram de cidades nordestinas.

No cardápio, o carro-chefe é a porção de jabá, que é servida com linguiça, bacon, cebola e queijo. Também há opções com provolone e na manteiga com queijo coalho. Para se ter uma ideia do sucesso da refeição, por semana são vendidos durante os almoços e jantares cerca de 400 quilos da carne.

“É um prato muito difícil de ser feito. Como é uma carne salgada, ela precisa ser deixada de molho um dia antes do preparo. Além disso, deve ser cozida antes de ser frita”, explicou Gleison.

Todo o tempero e as receitas são fruto de parceria entre Lau e a mulher. Outro destaque é o tradicional baião de dois, que também leva linguiça e bacon, e uma costela assada junto com abacaxi à milanesa. A porção de bolinhos de mandioca recheados com carne seca ou queijo também está na lista dos preferidos da clientela.

Para os apreciadores da culinária do Nordeste não faltam opções, como buchada de bode, caldo de mocotó, carne de cabrito e sarapatel. Já para agradar quem não aprecia esse tipo de prato, a família pensou em opções mais tradicionais, tais como o filé à parmegiana e a costela bovina ou suína.

Outro orgulho de Lau são as cachaças artesanais de caju e rapadura e o licor de jabuticaba. Os três sabores foram desenvolvidos por ele e podem ser comprados na garrafa ou consumidos em drinks como caipirinhas.

“Eu mesmo que as desenvolvi. Elas levam de dez a 12 dias para serem feitas e são totalmente caseiras. A de caju vai toda a fruta dentro da garrafa”, disse Lau.

O filho se diz orgulhoso do esforço dos pais e afirmou que o sucesso do local, que funciona de domingo a domingo, compensa o esforço. “A gente batalhou muito, mas era um sonho do meu pai que, graças a muito esforço, está dando certo. Ainda não temos planos de expansão, mas estamos firmes nos negócios.”

Adriana vive da arte de pintar gesso

Quem passa pelo quintal da casa da pintora Adriana de Souza Galdino Guedes, 43 anos, não tem como ignorar as coloridas esculturas de gesso. Desde peças próprias para jardins até presépios, santos, namoradeiras e cofres, o grande número de enfeites chama a atenção.

Adriana é formada em eletrônica e trabalhava em empresa do ramo. Devido ao estresse do dia a dia, resolveu comprar alguns cofres em uma loja e pintá-los. “Comecei como um hobby, algo para me distrair mesmo. Com o tempo fui me aperfeiçoando, mas nunca fiz cursos, aprendi olhando vídeos na internet”, contou.

Cinco anos depois, ela decidiu sair do emprego e se dedicar totalmente à arte. Hoje o que mais gosta de fazer é a pintura de santos católicos e de religiões afro-brasileiras como a umbanda e o candomblé. “Gosto muito de pintar a expressão no rosto. No começo não conhecia muito do candomblé, mas pesquisei bastante para fazer as pinturas e gostei muito da história, é culturalmente rico. Também faço figuras esotéricas e relacionadas ao budismo”, afirmou.

No fim do ano, o maior sucesso de Adriana são os presépios. Ela já vendeu mais de 20 dos pequenos e dos de grande porte foram pelo menos dez.

Além disso, ela também está se aperfeiçoando na restauração de imagens. “Peguei uma santa que estava com a mão quebrada e tinha mais de 50 anos. Consegui consertar e ainda restaurei toda a pintura. Tudo isso só olhando vídeos, não fiz nenhum curso”, disse.

Ela contou que nunca imaginou que iria conseguir viver do seu trabalho artesanal e reafirma que não se arrepende de ter largado a carreira. “Amo o que faço. Para mim, tudo isso é muito mais que um trabalho. É algo que desenvolvo com calma e nem percebo o tempo passando.”

DJ Alcino discoteca no Viva Brasil

Na eletrônica em que trabalha Alcino de Oliveira, 45 anos, sempre é possível escutar uma música alta em estilo black. Isso porque o DJ, que atualmente faz o atendimento ao público do local, não abre mão de uma canção boa no local de trabalho.

Nascido em Pinheiros, ele aprendeu a discotecar nos anos 1980, quando a região abrigava danceterias famosas como a Sunshine, em Santo André, e a Emerald Hill, em São Bernado. Ele começou a acompanhar um amigo que já era DJ na época.

“Costumo dizer que a música está no meu sangue. Desde que era pequeno, não saia de perto de um rádio e ficava tentando adivinhar os nomes das músicas. Quando comecei a andar por aí, fui às danceterias e sabia que estava no meu ambiente.”

Atualmente, além de alugar o seu equipamento, composto por mesas e caixas acústicas, ele discoteca no Viva Brasil, em Santo André. Oliveira reclamou de músicas mais atuais, como o funk, e as letras repetitivas.“Não toco nada disso. São músicas que daqui há alguns anos ninguém vai lembrar. Acredito que minha missão é levar muita alegria e canções de qualidades para as pessoas.”  




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