Acordo com Prefeitura de São Bernardo prevê viatura da GCM, que ontem chegou atrasada
Para trazer garantia de ordem à Batalha da Matrix, que reúne MC’s de hip hop e ocorre toda terça-feira na Praça da Matriz, no Centro de São Bernardo, a Prefeitura ficou de auxiliar na questão, segundo os organizadores, com o apoio da GCM (Guarda Civil Municipal), conforme acordado em reunião realizada na segunda-feira. Porém, ontem a viatura chegou apenas por volta das 20h30, uma hora depois do início do evento.
“A Prefeitura entendeu que queremos continuar com a ocupação da praça, desde que seja mantida a ordem, mas a GCM não está aqui”, queixou-se o jovem Maurício Yaginuma, 19 anos, antes da chegada dos guardas. “A gente faz o possível para os participantes não picharem e não usarem drogas. Na reunião, pedimos banheiros químicos, já que uma das reclamações dos moradores e comerciantes do entorno é que as pessoas urinam na rua. Ficaram de ver”, completou.
A equipe do Diário permaneceu no local por uma hora e, ao menos ontem, não flagrou esse tipo de ação. O que se viu foram muitos jovens fumando maconha e ingerindo bebidas alcoólicas, alguns deles menores de idade. Aproximadamente 200 pessoas estavam no espaço. A GCM não circulou pelo local. A viatura ficou estacionada na altura da igreja, de onde os guardas observavam a movimentação. Às 20h48, chegaram profissionais do Consultório de Rua (programa de redução de danos da Prefeitura) e instalaram uma mesa onde ofertaram preservativos.
No dia 26 de janeiro, confronto envolveu policiais militares, guardas civis municipais e participantes da Batalha e, desde então, foi iniciado processo de diálogo sobre a manutenção da festa, que existe há três anos e chega a reunir 500 pessoas na praça. “É um evento importante de socialização dos jovens, que traz cultura do hip hop e no qual eles podem colocar seus pontos de vista e trocar ideias”, falou Yaginuma.
Para o participante Kauê Balieiro, 18, deveria haver consenso entre as autoridades de Segurança (GCM e Polícia Militar – que não marcou presença, só passou com a viatura em patrulhamento pela área) e os organizadores, para não correr o risco “de acabar o movimento”. “A Batalha divulga o hip hop e reúne todas as classes sociais, pois aqui se encontram pessoas de diferentes cantos da cidade”, disse ele, que mora na Vila Lusitânia.
O promotor da Infância e Juventude de São Bernardo, Jairo De Luca, ressalta que os interesses – de quem participa do evento e das pessoas que vivem no entorno e reclamam da situação – devem ser conciliados. “O entretenimento dos eventos deve levar em conta o bem-estar coletivo. Os moradores e comerciantes devem tolerar o desafio de rap, cujos organizadores, por sua vez, precisam colaborar para que se preserve a paz social.”
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