Com apitos e faixas que pediam Educação de qualidade, alunos da Fama (Faculdade de Mauá) protestaram ontem contra o aumento da mensalidade e a demissão de ao menos duas coordenadoras, dos cursos de Serviço Social e Pedagogia.

Em agosto do ano passado, o Grupo Educacional Uniesp assumiu como mantenedor da Fama, que acumulava dívidas de mais de R$ 30 milhões, conforme a Uniesp. A faculdade funciona em prédio cedido pela Prefeitura de Mauá e, por isso, não poderia ser comprada pelo grupo. Porém, na prática, quem é responsável pela Fama agora é a Uniesp.

Os alunos afirmam que foi prometido que as mensalidades seriam mantidas. No entanto, ao efetuar a rematrícula deste semestre, foram surpreendidos com boletos que passaram de, em média, R$ 450 para R$ 1.100, aumento de 144%. "É um absurdo. Eu tinha bolsa do Fies que cobria a mensalidade anterior, e agora me orientaram a não assinar o novo contrato", disse a estudante do 4º semestre de Administração Vilmara Amaral. A aluna chegou a pedir transferência, mas seus documentos não foram liberados. Apesar da reclamação, a Uniesp afirma que alunos que possuem bolsa permanecerão com elas até a conclusão do curso.

A Uniesp explica que as mensalidades foram atualizadas por orientação do MEC (Ministério da Educação). A instituição afirma ainda que os reajustes não passaram de 18%, mas a equipe do Diário viu o boleto no qual a variação chegava a 144%.

Os alunos que estão no último ano do curso de Serviço Social se sentem ainda mais prejudicados por conta da demissão da coordenadora. "Ela era garantia de que a metodologia do curso seria cumprida", reclamou a aluna Shirlei de Souza Araújo Castro, 36.

A Uniesp chamou a demissão de ‘substituição', e informou que dez professores e coordenadores de cursos foram afetados.