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Crianças com
deficiência
praticam taekwondo

Esporte auxilia no desenvolvimento motor e psicológico dos pequenos praticantes

Guilherme Monfardini
Especial para o Diário
04/08/2013 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Adriano Almeida Faetaninho, 7 anos, frequenta desde 2010 a Associação Lira Taekwondo Clube. As aulas são frutos de uma parceira entre a entidade e o Instituto Olga Kos para desenvolver crianças que sofrem algum tipo de deficiência.

O menino tem Síndrome de Prander-Willi, que o deixa com vontade incontrolável de comer. “Ele come muito, e não tinha onde gastar energia. Com o taekwondo, mantém o peso”, disse a mãe Lucia Ferreira de Almeida. Nas primeiras aulas, Adriano não conseguia se mexer. “Quando ele começou a praticar o esporte, mal mexia os pés. As aulas o ajudaram a se desenvolver e meu filho já consegue até correr.”

Além do desenvolvimento motor, Adriano tinha dificuldades para falar. O menino, que tem idade mental de 4 anos, é quem avisa a mãe sobre os horários das aulas.

Lucia assistia às aulas do filho no início, mas depois os professores pediram para que os pais saíssem a fim de dar mais autonomia às crianças. A intenção é proporcionar o desenvolvimento físico e mental dos pequenos, evitando que se tornem agressivos.

No começo, os pais foram reticentes, seja por medo de que os filhos se machucassem ou pela necessidade que têm de ficar próximos das crianças, que raramente faziam algo sozinhas. Mas agora eles preferem. “Os pais conseguem ver melhor cada etapa que o filho consegue realizar sozinho e isso é motivo de orgulho”, disse o mestre José Roberto de Lira.

Para Lira, as artes marciais estimulam o desenvolvimento. “Praticamos um esporte de inclusão, no qual o importante é o trabalho em equipe. Não tem diferença entre alunos. Se um faz algum movimento certo, todos fazem, mas quando um erra, todos erram.”

As aulas acontecem duas vezes por semana na sede da associação. São 50 crianças, de 4 a 12 anos beneficiadas pelo projeto, que tem o apoio da Volkswagen.

BENEFÍCIOS

A participação no projeto promove mudanças na vida das crianças e famílias. “Muitas mães vivem apenas para o filho, mas quando veem que ele está se desenvolvendo sozinho retomam suas vidas”, disse a gestora de esportes do Instituto Olga Kos, Natália Mônaco. Outro benefício é sair de casa. “Muitas famílias escondem os filhos por medo de serem discriminados, ou por não saber como lidar com alguma situação, mas quem vem para cá precisa sair da sua residência e enfrentar os medos”, destacou.

Os responsáveis também elencam como benefícios o equilíbrio e a coordenação que a criança desenvolve enquanto pratica o esporte. Mas, para eles, o principal benefício é a autonomia. “Eles brincam de igual para igual com outras crianças. Esquecem que têm problemas e fazem o que querem. Isso é o melhor benefício que alguém pode ter.” 




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