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Alunos aprendem Vivaldi e Beethoven em sala de aula

Projeto de maestro leva música clássica a crianças da Emeief Vila Floresta, em Santo André, desde o ano passado

Natália Scarabotto
especial para o Diário
14/03/2016 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Canções conhecidas, mas incomuns ao ouvido de muitas crianças, ecoam pela Emeief (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental) Vila Floresta, em Santo André: a música clássica. Todos os dias, durante o período de aula, obras de Beethoven, Vivaldi e Villa-Lobos são a trilha de fundo do ambiente, que recebe estudantes com idade entre 3 e 10 anos.

A iniciativa é parte de projeto inédito de protomusicalização, que começou no ano passado, desenvolvido pelo maestro Carlos Eduardo Moreno. O objetivo é sensibilizar as crianças, despertando o interesse pelo gênero musical e trazendo benefícios para o ambiente escolar, como a melhora da concentração. “A música transforma o ambiente, deixa-o mais leve e a criança sente isso. A protomusicalização é ensinar a música como linguagem, mostrar os compositores, as notas musicais e instrumentos. Precisamos estar imersos em um ambiente com uma linguagem para que possamos absorvê-la”, afirma o maestro.

Apesar do nome complicado, o projeto de protomusicalização é bem simples: consiste em tocar música clássica durante 24h no ambiente, batizar cada sala de aula com o nome de um compositor, espalhar cartazes com as notas musicais, trabalhar com o tema nas diversas disciplinas escolares e, uma vez por semana, apresentar vídeos de orquestras para as crianças.

E se engana quem pensa que os pequenos não gostam. O momento de assistir o vídeo semanal é aguardado com ansiedade. Os olhos fixos e concentrados na orquestra mostra a empatia. “É calminho. Tem violino, flauta e guitarra. Eu gosto muito da música clássica”, afirma Mariana Camacho, 4 anos.

De acordo com o maestro, “é comprovado pela ciência que a música clássica ‘organiza’ o cérebro, melhorando a concentração e acalmando as pessoas.”

A diretora da Emeif, Cecilia Helena Barbazia, destaca que, com alguns meses de projeto, já é possível perceber pequenas mudanças. “Os retornos têm vindo devagar, mas, começamos a perceber algumas crianças mais calmas, outras ainda não. O mesmo aconteceu com alguns professores e funcionários.”

A técnica de informática Talita Camacho, 29 anos, já notou mudanças no comportamento da filha Mariana “Ela é muito agitada e, agora, quando eu chamo atenção dela, ela fica mais calma e também está mais entrosada. Antes ela não gostava de dançar e agora já faz.”

O projeto também ajuda na formação cultural dos alunos. “O mundo está oferecendo rap e funk para eles. A batida tem marcação que atrai. Não dá para tirar isso deles, mas podemos inserir outros repertórios de música e eles vão poder julgar o que gostam”, afirmou a assistente pedagógica, Vera Lúcia Guerra Faura.

A Emeif Vila Floresta foi a primeira escola a receber o projeto. Neste mês, o maestro apresentou a ação para os diretores de todas as escola municipais. A expectativa é que o programa seja expandido para outras unidades, no entanto, não há prazo.




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