Assim que soube da notícia da morte do prefeito, Cohn dirigiu-se ao Paço andreense para participar do ato público contra a violência. “A sociedade precisa dar uma resposta rápida para isso”, afirma.
Para o sociólogo, a operação que seqüestrou e matou Celso Daniel foi de alta sofisticação, justamente para dar uma advertência. “Trata-se de uma advertência terrorista do tipo 'somos capazes e ninguém pode nos deter'. Achar que é só uma agressão ao PT ou à esquerda é um erro: a agressão é ao estado de direito e a todas as instituições”.
Renato Janine Ribeiro, professor de ética e filosofia política da USP, não pensa diferente. “Quando a polícia quer encontrar, ela acha, como no caso do navegador neozelandês Peter Blake, morto no Amapá. E o assassinato de Celso é um caso para a polícia apurar muito bem”, diz.
Janine acredita também em crime político. “Está mais do que na hora de o governo parar de atribuir crimes políticos a causas comuns. Primeiro foi o conto da carochinha de que PC Farias matou a namorada e depois se suicidou; depois, veio o assassinato de Toninho do PT, ainda não solucionado; agora foi o Celso. Isso tudo deixa claro que existe uma organização fascista por trás. Depois do PT, eles podem atacar o próprio PSDB”, afirma.
O filósofo político sentiu bastante a morte de Celso Daniel. “Celso foi meu aluno em filosofia, na disciplina Teoria das Ciências Humanas, no fim dos anos 70. Na época, estudamos o livro Psicologia de Massa do Fascismo, do autor alemão Wilhelm Reich. Coincidência ele ter sido vítima de uma causa fascista”, diz.
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