Adelaide Manfre Hipólito, 36 anos, luta para que Júlio, 8, conquiste direito de voltar a estudar
Por amor aos filhos, mães são capazes de qualquer sacrifício e sempre estão dispostas a enfrentar tudo e a todos para vê-los felizes. A dona de casa Adelaide Manfre Hipólito, 36 anos, é uma mãe que conquistou a internet ao fazer protesto no início de maio em frente ao Fórum de São Bernardo. O motivo: ela luta para que o filho, autista, conquiste o direito de voltar a estudar.
A foto de Adelaide em frente ao fórum fez tanto sucesso que já teve 2.000 compartilhamentos nas redes sociais. Ela e a família moram no bairro Rudge Ramos. O filho Júlio César Manfre, 8, possui grau severo do autismo. Ele tem episódios de comportamentos agressivos, ausência da comunicação verbal e interações sociais comprometidas. A condição de Júlio o impede de frequentar escola de ensino regular.
O valor de uma instituição clínica, especializada no atendimento a pessoas com autismo, varia de R$ 6 mil a R$ 9 mil, e a família não tem recursos financeiros para custear tais gastos. “Estas escolas são importantes porque ajudam os autistas a ter vida independente. Elas possuem psicólogos, terapeutas e fonoaudiólogos. Se o Júlio conseguir entrar em uma escola clínica, a qualidade de vida dele vai melhorar 100%”, diz.
Adelaide entrou na Justiça para que o filho tenha o direito de receber suporte do governo estadual, pois faz um ano que Júlio está fora da escola e ela teve de sair do emprego para cuidar do garoto. A juíza responsável pelo caso concedeu parecer favorável à família, mas o Estado vem recorrendo.
A mãe de Júlio ficou seis horas com cartaz em frente ao fórum com os dizeres: “o Judiciário soltou José Dirceu e companhia que roubaram milhões do Brasil. Só que o Judiciário não solta o meu filho, que está há mais de um ano sem tratamento. Sabe qual o crime que meu filho cometeu? Nasceu autista.” Ela conta ter chegado ao local sozinha e que um grupo de mães de crianças autistas começou a aparecer após ela tirar foto e postar na internet. “Em poucas horas outras mães estavam lá para me incentivar. Fiquei muito honrada. Faço tudo o que for preciso pelo meu filho. Ele precisa de mim. Como ele não se comunica, eu sou a voz dele”, afirmou, emocionada.
A Procuradoria Geral informou, por nota, que o Estado de São Paulo vem recorrendo porque a entidade em que Adelaide pretende matricular o filho não tem autorização de funcionamento.
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