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Acidente deixa Paranapiacaba ‘escura’
Bruno Ribeiro
Especial para o Diário
28/10/2005 | 08:54
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Um caminhão que transportava merenda escolar derrubou a fiação elétrica que abastece a parte baixa da vila de Paranapiacaba, por volta das 8h de quinta-feira. A vila ficou a manhã toda e parte da tarde sem fornecimento de energia. Apesar de se tratar de um acidente, os moradores afirmam que a falta de energia é um problema constante na vila, e que chega a prejudicar o turismo.

Os moradores não pagam pelo fornecimento de energia elétrica, porém arcam com os prejuízos gerados pela alta voltagem da energia quando ela retorna – queima de televisores, geladeiras e outros eletrodomésticos. Os comerciantes e artistas que trabalham da região reclamam. O artesão Edésio Souza de Oliveira diz que não consegue produzir seus objetos de cerâmica. "Uso um forno elétrico trifásico no ateliê. Como a energia daqui não consegue aquecer o forno, tenho que ir até a parte alta da vila para poder terminar o trabalho." A cabeleireira Neusa Maria Antero Lopes teve de fechar seu salão durante todo o dia de quinta-feira. "Eu preciso de água quente para as clientes, secador, essas coisas. Este mês, tive um faturamento 40% menor do que esperava, porque tive que fechar o salão diversas vezes." Os reparos na rede só ficaram prontos no início da noite.

Recentemente, o governador do Estado Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito João Avamileno (PT) assinaram protocolo de intenções para a extensão da linha dos trens da CPTM até a vila histórica, visando incrementar mais o turismo na região. A precariedade no abastecimento de energia coloca em xeque a capacidade de Paranapiacaba em atrair mais turistas. Por isso, a secretária de Obras e Serviços Públicos de Santo André, Miriam Blois, afirma que Prefeitura e a AES Eletropaulo elaboram estudo para modernizar o abastecimento de energia na parte baixa da vila.

"As ligações elétricas são muito antigas, feitas para abastecer os moradores na época da estrada de ferro. Estamos elaborando um estudo para todas as casas. Serão instalados relógios e haverá cobrança", explica.

A Prefeitura pretendia trocar toda a fiação elétrica, tornado-a subterrânea. "Verificamos que o solo de lá é muito rochoso. O custo dessa obra a tornaria proibitiva. Por isso, pretendemos fazer uma rede compacta. Haverá postes de eucalipto, para sustentar a rede elétrica sem descaracterização, e fiação subterrânea apenas para a iluminação pública", diz a secretária. Miriam explica que a fiação da iluminação pública pode ficar enterrada em uma profundidade menor que a rede de abastecimento.

A secretária acredita que o custo da obra chegue a R$ 1 milhão. A conclusão das obras deve ocorrer ainda no primeiro semestre do ano que vem, de acordo com a secretária. Antes, portanto, do próximo Festival de Inverno, no meio do ano. Para resolver as quedas de energia enquanto as obras não são concluídas, a secretária diz que a única ação é a continuidade da manutenção na rede e na única caixa primária da vila.




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