Árvore plantada há 62 anos nas dependências da Escola Estadual Dr. Felicio Laurito, na Rua Arizona, no Parque Oratório, em Santo André, foi retirada após infestação de cupins que deixou o tronco oco e também porque o crescimento de raízes colocavam o muro em risco de queda. A planta era um símbolo histórico para moradores do bairro que estudaram na unidade e participaram do plantio da espécie, no dia 21 de setembro de 1957, quando é comemorado o Dia da Árvore.

Quem lamenta é o aposentado Márcio Aparecido Stranguetto, 68 anos, vizinho da escola e ex-aluno da turma que plantou o vegetal. Ele tinha apenas 7 anos e estava no antigo primário – atual ensino fundamental – quando a professora levou os estudantes para fazer a ação. “Não tínhamos fotografia na época, mas mantenho viva na memória o dia que eu e meus amigos fomos levados para participar do plantio”, lembra.

A árvore “nasceu” praticamente na mesma época em que a unidade de ensino foi inaugurada, há 70 anos. O aposentado conta que não foi avisado sobre a retirada do vegetal. “Fui levar meu neto na praça em frente à escola hoje (ontem) e vi que a árvore não estava mais lá”. De acordo com ele, a árvore era um ícone dos anos 50 vividos na escola e tinha significado emocional para ele e a família. “Minhas duas filhas estudaram lá e meu neto (4 anos) também vai estudar lá.”

O diretor da escola, Gilmar Silverio, explica que também ficou triste. “Era uma árvore bonita, vistosa. Era o cartão-postal da escola.” Segundo ele, a unidade de ensino fez o pedido à Defesa Civil para vistoria no muro, que estava cedendo.

Após constatar que o muro corria o risco de cair e causar ferimentos em alguém, Silverio encaminhou pedido à Secretaria da Educação para retirada da planta.

Em nota, a Diretoria Regional de Ensino de São Bernardo “informa que a árvore próxima ao muro da EE Felício Laurito foi retirada, com autorização do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), pois estava em situação de risco. O muro está em fase de reparo e a diretoria está à disposição dos pais ou responsáveis pelos alunos para quaisquer esclarecimentos”.

A retirada da árvore e reconstrução do muro estão sendo realizadas pela Fundação para o Desenvolvimento da Educação, por meio da Diretoria de Obras e Serviços, do governo do Estado de São Paulo.

O aposentado Márcio questiona se essa foi a melhor postura e solução para um símbolo do bairro. “Acho que eles deveriam ter enviado um agrônomo que pudesse realizar uma descupinização para salvar a árvore de alguma forma”, comenta.

O diretor Gilmar Silverio disse que haverá plantio de cinco árvores no terreno da escola. “Em agosto, na volta às aulas, faremos plantio com todos os alunos”, comentou. De acordo com ele, a ação envolverá os 312 alunos do 1º ao 5º anos da unidade e também a comunidade, além de estudantes que participaram do primeiro plantio, caso do aposentado.