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Samcil quer carteira de clientes do Saúde ABC
Luciana Sereno
Do Diário do Grande ABC
24/08/2004 | 14:19
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Os 130 mil planos de saúde de consumidores da região administrados pelo Saúde ABC podem passar para as mãos da Samcil Saúde dentro de 15 dias. É nesse prazo que deve ser anunciada pela Justiça federal a sentença final para uma ação judicial impetrada pela Samcil. Além da carteira de clientes do Grande ABC, a Samcil pleiteia a devolução do Hospital Santo André (que funciona na avenida D. Pedro II). A queda-de-braço judicial acontece há dois anos, desde que Samcil e Saúde ABC romperam relações. As empresas de saúde são administradas por tio e sobrinho, respectivamente.

Segundo o diretor geral da Samcil, Mauro Bernacchio, a ação não prevê a devolução da carteira de clientes da Transmontano - que no Grande ABC é administrada pelo Saúde ABC. “São cerca de 40 mil planos, mas a base legal da ação não engloba este grupo porque os contratos são apenas administrados pelo Saúde ABC.” A ação judicial da Samcil está apoiada nos termos dos contratos firmados entre as partes na ocasião do racha. “Uma das cláusulas previa o pagamento de 4% do faturamento da carteira vigente e dos contratos novos para a Samcil. Eles não cumpriram”, afirmou Bernacchio.

Em nota oficial, o Saúde ABC afirmou confiar na manutenção do parecer da Justiça do último dia 6 que deu à empresa o direito de continuar com a carteira de clientes. Recentemente, o grupo foi autuado pela ANS (Agência Nacional de Saúde) por aumentar em 41% as mensalidades dos contratos firmados antes de 1999. O reajuste foi proibido por decisão da justiça. Outro problema recente enfrentado pela empresa de saúde foi o anúncio do descredenciamento coletivo por parte dos médicos credenciados.

O diretor da Samcil afirmou que se conseguir sentença favorável manterá o teto de reajuste das mensalidades em 11,75%. “A liminar é provisória.” Quanto à falta de rede credenciada, Bernacchio afirmou que já dispõe de uma rede de clínicas, hospitais e médicos preparada para atender a demanda do Grande ABC.

A dona de casa Vilma Garcia Corte, 57 anos, foi uma das pacientes que teve a migração automática do plano Samcil para o Saúde ABC e hoje se diz “preocupada” com a situação. “É terrível ter dificuldade em ter um serviço pelo qual você pagou.” Ela paga R$ 90 por mês ao Saúde ABC. “Mas se preciso passar pelo médico tenho de enfrentar um tempão ao telefone e depois esperar pelo menos um mês pela consulta. Antes não era assim.”




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