Cultura & Lazer Titulo Música
O amor reinterpretado

Célia faz show com canções interpretadas por Roberto Carlos
nos anos 1970 no Sesc Sto.André; entradas custam até R$ 24

Thiago Mariano
Do Diário do Grande ABC
28/07/2012 | 07:05
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São mais de 40 anos de carreira e dois discos - os últimos reverenciadíssimos pela crítica. "Concorri a prêmio de cantora popular", brinca Célia, dizendo que é algo que nunca foi. "Não gosto muito do óbvio. As músicas que estou cantando são mais simples do que as anteriores. Em 'O Lado Oculto das Canções' (penúltimo álbum) peguei coisas simples e sofistiquei. Esse CD agora não tem lado oculto, é tudo muito ‘te amo' e ‘cada dia vivo mais esse amor'", diz a cantora, que apresenta hoje (28) no Sesc Santo André seu mais recente lançamento, 'Outros Românticos'.

Entoando canções que ficaram marcadas pela voz de Roberto Carlos na década de 1970 - nenhuma de autoria do Rei -, Célia revive temas como 'Jogo de Damas', 'Nosso Amor', 'Abandono' e 'Sonho Lindo'. "Essas músicas têm tudo que se pode imaginar de orquestração: oboé, viola, cello. As letras não são fortes, pesadas, gostei da ideia de fazer com elas algo mais minimalista, em cima da interpretação."

O amor é o foco, o período resgatado pincela o tempo em que o Rei começou a consolidar-se como artista romântico.

"Roberto é um cara de primeira categoria, tem que ser homenageado como Chico e Caetano. Ele é mais fácil, mas faz o trabalho dele bonito. Nossas visões são muito diferentes, são músicas muito simples interpretadas de maneiras diversas. Foi um trabalho de desafio e delicadeza passar essas canções, tão bem feitas como foram, com toda a orquestração, para essas versões", diz a cantora, que foi criada em São Bernardo. "Mas não tenho sotaque. Quando falava porrrta, minha mãe, carioca, me mandava fazer estágio no Rio."

INTERPRETAÇÃO
Intérprete por natureza, lapidada pela lida, Célia revela que não teve muito laboratório para compor essa persona romântica que é o centro da cena. "Tirando 'Jogo de Damas', que tem o lado da prostituta."

Escolada em sua arte - seus discos são a prova disso -, ela fala que laboratório de intérprete são poucas as que fazem. "Zizi, Bethânia, Fabiana Cozza, Adriana Calcanhotto e Zélia Duncan são algumas das que entendem o que estão dizendo. A maioria faz a linha ler gibi."

Para Célia, que já cantou composições de Roberto Carlos, essas canções do disco evidenciam outra qualidade do artista. "Ele tem um melado na voz que é maravilhoso. Ele sempre entendeu de interpretação. Sua voz, além de ser muito bonita, é expressiva demais."

Ciente de que é o amor o que faz sucesso com o público, Célia, além de desejar emocionar, quer também tranquilizar os corações. "Espero que minha música chegue a mais ouvidos do que estou acostumada, e que o amor desse disco de músicas populares passe mais tranquilidade, as pessoas precisam relaxar. Hoje, a banalização é da vida, não é nem do amor. Neguinho não tem noção do que é tirar a vida do outro por causa de relógio."

Célia - Música. Hoje, às 20h. No Sesc Santo André - Rua Tamarutaca, 302. Tel.: 4469-1200. Ingr.: R$ 6 R$ 24.




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