Menina de 6 meses precisa ser operada do coração com urgência
Há dois meses internada no CHM (Centro Hospitalar Municipal), em Santo André, uma bebê de 6 meses com quadro de cardiopatia grave e infecção está no centro de transferência polêmica. A pequena paciente foi removida para realizar cirurgia na Santa Casa de São Paulo, há três semanas. O problema é que a família alega que a criança foi transferida com febre.
A cirurgia não chegou a ser realizada na Capital. Isso porque, no pré-operatório, ela voltou a apresentar quadro de febre – o sintoma indica infecção, o que impede a realização do procedimento. Por não poder fazer a cirurgia, a Santa Casa encaminhou novamente a bebê para o CHM. A mãe, Maria José Rocha Lira, 37 anos, afirmou que antes da primeira transferência a temperatura da filha era de 37,9ºC – o que é negado pelo hospital andreense.
O translado à Capital ocorreu em 29 de maio. E ela retornou dois dias depois para Santo André, conforme familiares. O relato é que desde então a saúde da criança piorou, tendo, inclusive, contraído nova bactéria. A bebê continua internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) infantil e está entubada.
A Prefeitura de Santo André informou que a bebê estava sem febre no momento em que foi transferida para a Santa Casa, “apresentando condições de passar pelo procedimento cirúrgico. O quadro de febre apareceu um dia após a transferência, quando a criança já estava na Santa Casa em fase pré-operatória”, informou, por nota.
A bebê foi transferida por ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), equipada de UTI. “Ressaltamos que em nenhum momento a bebê teve alta. A criança foi transferida para a Santa Casa para passar pela cirurgia, que acabou não sendo realizada por conta do aparecimento da febre. A alta só é dada quando a paciente está apta para voltar para casa, o que não ocorreu”, informou a administração. Segundo o poder público, a paciente ainda apresenta quadro infeccioso e está recebendo toda a assistência e tratamento pela equipe do CHM, cuja gestão é de responsabilidade da Fundação do ABC.
O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) informou avaliar a instauração de sindicância para apuração dos fatos. “Se forem constatados indícios de infração ética, que consiste no descumprimento de algum artigo do Código de Ética Médica, passa-se à segunda fase: a instauração do processo ético-profissional. Sem indícios, a denúncia é arquivada”. O processo leva de seis meses a dois anos para ser concluído e tramita em sigilo.
A Santa Casa não se pronunciou até o fechamento desta edição.
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