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Do Diário do Grande ABC
“Eu gostaria de ter a papelada da minha casa. Não tenho documento que garanta que o terreno é meu. Cheguei aqui há 20 anos e ninguém me pediu para sair. Construí minha vida aqui no Alvarenga (em São Bernardo). Gosto de morar perto da represa. O ar é limpo e o visual é bonito”, conta o cabeleireiro José Pereira de Oliveira, 57 anos.
Para proporcionar conforto à família, o ex-pedreiro, nascido em Minas Gerais, usou a experiência adquirida em obras para levantar a sua própria. Fez do barraco pequeno uma casa com três andares e terraço com vista para a Represa Billings.
No fim do mês, Oliveira não paga o carnê do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) nem recebe conta de luz. A única obrigação é pagar pela água usada, já que o esgoto corre livre para o manancial. A situação do cabeleireiro é dividida com os vizinhos próximos ou distantes.
Em área de manancial, a lei é pouco conhecida e fiscalizada. Estabelecimentos comerciais pipocam nas margens da represa e, muitas vezes, estão posicionadas em frente a placas que avisam sobre o uso restrito da área. O alerta não funciona. Estima-se que a população residente na bacia já ultrapasse a casa do milhão.
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