Moradores de conjunto residencial da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) no Parque das Américas, em Mauá, protestam contra o alto valor das tarifas de água recebidas nos últimos meses. Em alguns casos, a conta no fim do mês chega a ultrapassar R$ 400.

É o caso da dona de casa Lucileide Campos da Silva, 47 anos, que teve de pagar R$ 406 de água referentes à tarifa de janeiro. Sua vizinha, Célia Aparecida de Oliveira, 54, terá que desembolsar R$ 348. Já na casa da aposentada Isa Maria Ecin, 60, o débito será de R$ 203.

"Quando eu morava na favela gastava R$ 20 por mês de água. Agora, gasto este absurdo, mesmo sem ter aumentado o consumo. Tem vezes que fica difícil até para comprar comida com o dinheiro que sobra", reclama Lucileide. Ela diz ter sido informada por técnicos da CDHU que o alto valor seria referente a um rateio da verba utilizada com água durante a execução das obras nas unidades habitacionais.

Devido aos valores elevados, a Foz do Brasil, empresa responsável pela leitura e emissão dos valores das tarifas da cidade, parcelou as contas dos moradores do condomínio de 38 apartamentos, que foram entregues em outubro do ano passado. Na quinta-feira, a Prefeitura de Mauá liberou as cinco últimas unidades que ainda estavam desocupadas no condomínio.

RESPOSTAS
A Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) informa que é responsável apenas pela verificação e conserto de vazamentos em ruas e calçadas. Ou seja, antes de chegar ao hidrômetro do usuário.

Já a Foz do Brasil afirma que os valores se referem aos primeiros 60 dias em que o conjunto foi habitado, quando ainda não havia medição individual de água e esgoto no condomínio, acrescida da parcela de colocação do hidrômetro.

A CDHU, por sua vez, garante que, na entrega dos apartamentos, fez levantamento com a Sama e diz que "não havia nenhum débito da companhia nem da construtora responsável pela obra".

O órgão estadual informa também que não foi procurado por moradores do condomínio sobre problemas nas contas de água.