O tiro que levou Talita da Silva Abreu à UTI do Hospital Serraria, em Diadema, não foi o primeiro disparado por Edeilson Fernandes, 32 anos, preso quinta-feira em São Bernardo. Quatro meses antes, o cadeirante teria tentado matar a ex-namorada, 13 anos mais jovem, afirma a família da vítima.

A discussão ocorreu na casa da moça. Na briga, Fernandes teria sacado uma arma e atirado na direção da ex-namorada. A bala acertou um dos canos da caixa d’água e Talita escapou ilesa.

Crime - No último dia 14, em mais uma discussão, Fernandes voltou a usar sua arma. Ele encontrou a ex-namorada em um salão de beleza, no bairro Boa Vista, em São Bernardo. Segundo a família de Talita, a tentativa de assassinato só não se transformou em chacina porque a arma do deficiente falhou.

“Ele apertou o gatilho dentro do salão, mas a arma não funcionou. Depois foi para a rua e continuou atirando (dessa vez, a arma teria disparado). Quando a acertou, ela estava fugindo na garupa da moto do atual namorado”, conta a madrasta de Talita, Almerinda Alves das Neves, 48 anos.

Violência - “Esse cara não prestava. A gente era contra o namoro. Tudo que ele disse na delegacia é mentira”, rebate a madrasta, referindo-se às acusações feitas por Fernandes, de que a namorada o agredia. “Ele é que batia nela.”

Ainda de acordo com a família de Talita, Fernandes “foi visto diversas vezes estapeando” a moça. A versão é confirmada por vizinhos. As brigas do casal nunca pararam na delegacia porque ela tinha medo de fazer a denúncia.

Talita Abreu está internada em estado grave. A bala continua alojado em seu pescoço. Segundo os parentes, os médicos afirmaram que, se sobreviver, ela poderá perder os movimentos dos braços e das pernas. A vítima soube sexta-feira da prisão do ex-namorado.

“Ela ficou aliviada. Tinha medo de que voltasse a ir atrás dela”, conta Almerinda. Além da tentativa de homicídio, Fernandes também será processado por porte ilegal de arma.