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Na região, paciente leva 20 dias para se recuperar da Covid

Tempo varia de acordo com o quadro da infecção; internação pode durar 40 dias em casos mais graves

Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
13/11/2020 | 00:01
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Denis Maciel/DGABC


Uma pessoa infectada pelo novo coronavírus leva, em média, 20 dias para se recuperar no Grande ABC. Ainda que o tempo varie conforme o quadro do paciente, a tendência é a de que aqueles com mais de 60 anos e que tenham doenças preexistentes tenham o quadro agravado. No Estado, a região da Baixada Santista é a que possui o maior período médio de resolução, 26 dias. Os números são do SP Covid-19 Info Tracker, projeto para acompanhamento da pandemia gerido por pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista), da USP (Universidade de São Paulo) e do Cemeai (Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria) com base em dados das prefeituras.

“De modo geral, a recuperação de pacientes com a Covid-19 é de sete a 14 dias. Pacientes que internam na enfermaria com quadro moderado ou com comorbidades, costumam levar de dez a 15 dias para recuperação. Mas pacientes que vão para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e necessitam de ventilação mecânica precisam de mais tempo para a recuperação, em média de 30 a 40 dias”, detalha José Branco Filho, infectologista do Grupo Leforte e da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente).

Para se ter ideia do agravamento da doença em pessoas com comorbidades, entre os óbitos da região, 75,9% tinham 60 anos ou mais e pelo menos 42,7% tinham cardiopatia e 30,5%, diabete, segundo dados da Fundação Seade. Inclusive, o especialista explica que cidades onde a população é mais velha ou tem mais doenças preexistentes tendem a registrar o maior número de internações e de ocupação dos leitos de enfermaria e UTI.

Em São Caetano, por exemplo, onde a maioria da população é idosa, a internação aumentou 36,4% entre sexta e terça-feira em comparação ao mesmo período anterior. O percentual é maior do que o observado na região, onde a alta foi de 31% no mesmo período. “É o que temos observado agora. Pessoas do grupo de risco, principalmente os idosos, estão saindo do isolamento e justamente eles, que têm mais risco de desenvolver um quadro grave”, reforça Branco Filho.

O infectologista lembra que além das complicações que podem ocorrer durante a recuperação, a Covid pode deixar sequelas. “Temos alguns pacientes que tiveram sintomas leves, mas ficaram com fadiga crônica ou algum outro sintoma que impediu de voltar ao ritmo de antes. Às vezes, leva três meses para total recuperação, porém, estes pacientes ainda estão sendo acompanhados”, exemplifica. “É preciso manter todos os cuidados”, orienta o especialista.

Exemplo é o ambulatório exclusivo para acompanhamento e reabilitação de pacientes com sequelas da Covid inaugurado em outubro pela Prefeitura de São Caetano. Os pacientes são avaliados, diagnosticados e são encaminhados para o ambulatório ou para internação nos casos mais severos. Embora o equipamento seja pioneiro, os demais municípios da região oferecem o serviço em UBSs (Unidades Básicas de Saúde) ou em centro especializados em reabilitação.  




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