Política Titulo Mudança
Com Covid-19 em alta, câmaras falam em reduzir acesso popular

Aumento de casos de coronavírus preocupa presidentes dos legislativos, que devem recuar em processo de reabertura das casas

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
17/01/2021 | 00:42
Compartilhar notícia
André Henriques/DGABC


Em meio ao aumento de casos de infecção e de mortes relacionadas à Covid-19, as câmaras do Grande ABC preveem restringir o acesso de munícipes, a fim de evitar as aglomerações e a transmissão da doença. Os legislativos estão em recesso, voltam a organizar sessões na primeira semana de fevereiro e estavam em processo de reabertura gradual no fim do ano passado.

Consultados pela equipe do Diário, os presidentes dos parlamentos afirmaram que deverão seguir as regras do Plano São Paulo, planejamento paulista de retomada da economia. O Grande ABC permanece na fase amarela, quando a ocupação dos estabelecimentos fica limitada a 40%, o funcionamento de dez horas por dia, com limitação de horário até as 22h.

Presidente da Câmara de Santo André, Pedrinho Botaro (PSDB) declarou que observa com atenção os números da Covid na região. “Ainda não há plano (para reabertura das galerias). Primeiramente, devo sentar com os outros integrantes da mesa diretora para debater essa situação. Mas, em um primeiro momento, devo seguir o que dizem os decretos estaduais, assim como as autoridades sanitárias.”

O debate sobre a reabertura das casas para os munícipes se intensificou após o presidente do Legislativo de São Bernardo, Estevão Camolesi (PSDB), restringir ainda mais o acesso dos moradores ao prédio da Câmara. A opção mais extrema é a de proibir a entrada dos munícipes nos gabinetes dos vereadores mesmo sem sessões. Decisão deve ser oficializada amanhã.

O presidente da Câmara de São Caetano, Pio Mielo (PSDB), afirmou que deverá aguardar o andamento do Plano São Paulo para planejar retorno dos munícipes. O mandatário diz estar na expectativa do plano de imunização. “Estamos na iminência da vacina. Estamos nesta expectativa. Nós temos a presença reduzida de público no plenário, com devidos cuidados sanitários, e manteremos a transmissão das sessões ao vivo.”

Josa Queiroz (PT), comandante do parlamento em Diadema, disse que poderá recorrer até a suspensão das sessões presenciais, que voltaram a ocorrer no fim do ano passado. Diadema também liberou as galerias para os munícipes, mas apenas 20 dos 200 lugares. “Estamos reduzindo o acesso do público. Vamos acompanhar o Plano São Paulo para analisar o que podemos fazer”, pontuou o petista.

Já em Mauá, onde o Legislativo é comandado por Zé Carlos Nova Era (PL), a situação deverá continuar do jeito que está, ou seja, com acesso restrito de munícipes à Câmara. O presidente é mais um dos que aguardarão o andamento do Plano São Paulo para tomar alguma decisão sobre a situação. “O quadro (de infectados) aumentou e acho que não seria inteligente liberar o acesso das pessoas. Fica dessa forma, não tenho prazo.”

Presidente do Legislativo de Rio Grande da Serra, Charles Fumagalli (PTB) comentou que só vai liberar o retorno à Câmara quando houver aceno do governo do Estado. “Vamos acompanhar o decreto do governo e dos órgãos de Saúde. Nossa cidade é um pouco defasada na questão da saúde, então, sessão presencial, somente após liberação do governo do Estado.”

São Caetano e Rio Grande abrem debate para barrar posse de arma

Nenhuma das câmaras do Grande ABC mantém normas sobre aval ou não a vereadores portarem armas dentro dos legislativos. Porém, ao menos dois presidentes, Pio Mielo (PSDB), de São Caetano, e Charles Fumagalli (PTB), de Rio Grande da Serra, se prontificaram a conversar com os demais parlamentares para rever o regimento interno e incluir normativa específica.

Conforme Pio, a iniciativa de mudar o regimento partiu da polêmica envolvendo o vereador de São Bernardo Paulo Chuchu (PRTB), que vai armado ao prédio. “Já pedi para o departamento jurídico que façamos um ato no regimento interno proibindo, de maneira clara, o porte de qualquer tipo de armamento na casa.”

Fumagalli também revelou que o regimento interno em Rio Grande da Serra não especifica sobre o porte de armas dentro da casa. “Estamos analisando até para efetuar alguma mudança nesse sentido. Com os ânimos exaltados nas sessões, seria perigoso ter alguém armado”, ponderou.

Pedrinho Botaro (PSDB), presidente do Legislativo de Santo André, admitiu que o assunto nunca foi pautado e que o regimento não impede o porte de arma. Em Santo André, o vereador Rodolfo Donetti (Cidadania) é policial militar e já foi armado para a Câmara.

“O policial tem o direito de zelar pela sua segurança. Vereador em exercício, ele se torna policial da reserva, mas continua policial”, declarou. “Dessa forma é importante ouvi-los, pois se trata da segurança do próprio parlamentar”, emendou.  




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;