Estado anuncia ampliação do repasse, mas federação não incluiu três entidades do Grande ABC
Provedores das três santas casas do Grande ABC – São Bernardo, Diadema e Mauá – reivindicam repasse maior por parte dos governos federal e estadual para manutenção e melhorias nos serviços de Saúde prestados. Hoje, as entidades gastam mais do que recebem e têm dificuldade de manter o atendimento de pacientes encaminhados pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Conforme aponta o provedor da Santa Casa de São Bernardo, Conrado Zambini, as entidades dependem, muitas vezes, de empréstimos bancários para continuar com as portas abertas. Com 80% de atendimento de demanda do SUS, o equipamento gasta em torno de R$ 550 mil por mês, mas recebe R$ 400 mil de repasse.
A Santa Casa de São Bernardo oferece atendimento de clínica médica, além de 60 leitos para centro cirúrgico e UTI. Há planos de ampliar o número de leitos. “Precisamos de R$ 600 mil para concluir a instalação de 20 leitos imediatos e de R$ 2 milhões para tirar do papel projeto de 56 leitos.”
A realidade da Santa Casa de Diadema é semelhante. Segundo a gestora administrativa da unidade, Luciana Nogueira, são repassados R$ 120 mil pelos cerca de 2.500 atendimentos mensais exclusivamente do SUS. Os gastos giram em torno de R$ 150 mil. A entidade oferece serviço de fisioterapia e reabilitação.
O superintendente da Santa Casa de Mauá, Harry Horst Walendy, afirma que o principal problema é o custeio. Com gasto de R$ 500 mil por mês, a unidade, que funciona como retaguarda para a Saúde municipal, recebe apenas R$ 200 mil de repasse. São cerca de 150 atendimentos mensais, além de 250 partos.
APOIO
A esperança dos gestores é integrar segunda leva de entidades que terão aumento de repasse, e que deverá ser anunciada pela Fehosp (Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado de São Paulo). Ontem, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou incremento de verba para o custeio de 117 santas casas do Estado, nenhuma da região. Entre os critérios para a escolha das entidades, a Fehosp destacou número de leitos superior a 50 e taxa de ocupação acima de 30%, além de relevância dos atendimentos e qualidade dos serviços.
O próximo passo, segundo o diretor-presidente da Fehosp, Edson Rogatti, será elaborar estudo para que os considerados pequenos hospitais filantrópicos sejam beneficiados com repasse até 10% maior do que o já observado.
De acordo com o governador, quase metade dos leitos do Estado é em hospitais filantrópicos, considerados importantes parceiros. “Somos o único Estado do Brasil que complementa a tabela do SUS. Neste ano foram R$ 230 milhões e para o ano que vem serão R$ 535 milhões”, destaca. A expectativa, segundo Alckmin, é ampliar o atendimento e melhorar a qualidade.
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