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Há dez anos em abrigo moradores sofrem com falta de estrutura
Kelly Zucatelli
Do Diário do Grande ABC
08/04/2008 | 07:10
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Há dez anos morando em dois alojamentos na Avenida Tiradentes, na Vila Esperança, em São Bernardo, 80 famílias não têm previsão de quando deixarão os barracos provisórios onde vivem para uma unidade habitacional. Além da falta de perspectiva, os moradores enfrentam falta de saneamento básico, ameaça de desmoronamento e infiltrações nos abrigos, que deveriam ser provisórios.

 A Prefeitura de São Bernardo informa que deu início à construção de algumas moradias para realizar a remoção das famílias que estão cadastradas em programas habitacionais, mas as obras estão paradas. A administração afirma que a retomada das construções acontecerá em breve, mas depende de processo licitatório e não há data precisa. Como paliativo, a Prefeitura sugere a adesão dos moradores ao programa Renda Abrigo, que oferece ajuda de custo de R$ 315 por mês para a locação de um imóvel.

 De acordo com o presidente da Associação de Moradores da Vila Esperança, Romulo Venâncio de Carvalho, as famílias levadas ao alojamento moravam na favela do Jardim Selecta e na Rua José Fornari. “Viemos para cá depois de uma série de desabamentos no Jardim Selecta, mas há dois anos as obras do conjunto habitacional estão paradas”, disse.

 A auxiliar de limpeza Regina Lopes Pereira, é um dos casos mais graves do local. Seu alojamento está ameaçado de desmoronamento. A moradora disse que no ano passado pediu material de construção à Prefeitura para arrumar o local, mas não teve retorno. “Eu só queria que ajudassem. Tenho seis filhos e estou com medo de o abrigo desabar”, afirma Regina.

 Na calçada da Avenida Tiradentes, em frente ao abrigo, há grande quantidade de lixo. O esgoto do alojamento corre a céu aberto. “Há pouco tempo tivemos dois casos de crianças que pegaram leptospirose”, lembra Carvalho.

 A Prefeitura garante que encaminhará uma equipe ao local para a retirada do entulho. Sobre a desratização e desinsetização pedidas pelos moradores, a administração informou que foram enviadas equipes entre setembro e novembro do ano passado, mas que nova visita será programada.

 Quanto ao esgoto, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) informou que, em dezembro, propôs fornecer material para os moradores fazerem um mutirão e assentar a rede de esgoto. A empresa salienta que a proposta continua válida, mas que os moradores ainda não os procuraram.



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